A situação catastrófica das Lojas Americanas foi um dos temas de debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, nesta terça-feira, 28. A empresa entrou com um pedido de recuperação judicial após uma série de inconsistências.
O senador Omar Aziz (PSD) comentou o tema, alertando principalmente sobre a necessidade de se ter um rigor maior nas realizações de auditorias afim de se evitar casos similares ao que envolve a PwC, como atualmente é chamada a PricewaterhouseCoopers, está há mais de 100 anos no Brasil e emprega 4 mil profissionais, sendo conhecida como uma das maiores multinacionais de consultoria e auditoria do mundo.
Omar diz que essa austeridade nas análises das contas de qualquer empresa se faz necessária para que outras, como as de pequeno e médio porte, não sejam prejudicadas. Segundo ele, a ‘maquiagem’ feita nas contas das Americanas impactou na economia brasileira e, consequentemente, na geração de empregos.
Isto porque, O rombo de R$ 20 bilhões detectado nas informações contábeis da Americanas pegou o mercado de surpresa. O caso levantou dúvidas entre investidores quanto ao trabalho realizado pela auditoria das demonstrações financeiras da varejista, a cargo da PwC.
“A Comissão de Valores Mobiliários do Brasil tem que tomar providência e nós temos que ser mais rigorosos com esse tipo de atitude. Algumas empresas já sofrem com isso, até porque a Price trabalha para governos de Estados. Eu não vou citar as outras [empresas de auditoria] porque eu não tenho absolutamente provas nenhuma sobre maquiagem. Em relação à Price, nos temos nas Americanas. Quem tem ação na bolsa de valores com empresas que tenha a Price como acionista deve sim se preocupar. Isso é uma questão que é séria, porque o efeito cascata também é sério”.
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Entenda
A PwC (ou Price) aprovou balanços das Americanas sem ressalvas e nem referências às operações de ‘risco sacado’ que causaram o rombo bilionário para a varejista.
Agora, os auditores da PwC estão sendo investigados pelo CVM, além do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Um trecho do relatório da auditoria feita pela Price em fevereiro de 2022 foi divulgado pelo Estadão em janeiro deste ano, quando o rombo bilionário tornou-se público.
“Em nossa opinião, as demonstrações contábeis apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Americanas S.A. e da Americanas S.A. e suas controladas em 31 de dezembro de 2021, o desempenho de suas operações e os seus respectivos fluxos de caixa consolidados”, afirmou a PwC no documento.
Da Redação O Poder
Ilustração: Neto Ribeiro, Portal O Poder