Roraima – Citado como um dos responsáveis pela grave crise humanitária que assola o povo Yanomami, o senador bolsonarista Mecias de Jesus (Republicanos) foi às redes sociais afirmar que está atento a uma possível ampliação de terras indígenas em Roraima e cobrou ações do Governo Federal.
“Estou atento a possíveis ampliações de demarcação de terras indígenas em Roraima com o apoio do Governo Federal”, inicia o senador bolsonarista.
Em outro trecho, o Mecias cita que não questiona direitos adquiridos pelos povos indígenas, mas afirma que jamais vai aceitar novas demarcações.
Por fim, o senador cobrou ações do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O Governo Federal precisa agir com urgência para garantir mais saúde, educação, segurança e saneamento básico para todos que moram em Roraima, principalmente nas áreas mais isoladas, com políticas públicas permanentes e de qualidade”, finaliza.
Acusações
O senador Mecias de Jesus é alvo de várias denúncias envolvendo o Distrito Sanitário Indígena (Dsei-Yanomami). Em um dos casos, é acusado de ter exigido propina para manter contrato vigente da empresa aérea Voare, única responsável por fazer voos nas terras indígenas Yanomami.
Indicações
No dia 3 deste mês, a Organização Não Govermental (ONG) Transparência Brasil divulgou um estudo em que aponta forte conexão do senador Mecias de Jesus (Republicanos) e a grava crise humanitária do povo Yanomami. Confira o estudo na íntegra aqui.
O relatório destaca uma problemática de anos que é a indicação política dos coordenadores dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). “O DSEI Yanomami foi analisado como estudo de caso, especificamente a gestão do ex-coordenador Rômulo Pinheiro de Freitas e sua relação com o senador por Roraima Antônio Mecias Pereira de Jesus”, inicia.
No decorrer do longo relatório, a atuação de Mecias para garantir indicação de seus aliados para comandar Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) ganha destaque.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a má gestão da saúde indígena foi fator determinante para a crise humanitária que atinge os indígenas de Roraima. Faltaram remédios contra verminose para crianças e disponibilidade de voos pela empresa contratada para fazer as remoções aéreas dos pacientes para Boa Vista (RR)
“O caso evidencia a vulnerabilidade às interferências políticas nos DSEIs, que deveriam ser comandados por pessoas com qualificação técnica adequada, diferentemente de Rômulo. Além disso, ele possuía interesses comerciais junto aos órgãos antes de ser coordenador, através das empresas de seu irmão, Ricardo Pinheiro de Freitas”, afirma a Transparência Brasil, que atua há mais de 20 anos em favor do controle social sobre o poder público.
Da redação
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