fevereiro 5, 2025 13:54

Governo de RR ignora mortes e denúncias de violência na ‘maternidade de lona’ e lança peça publicitária

Roraima – Uma campanha publicitária do Governo de Roraima, publicada nas redes sociais na manhã desta quinta-feira, 20, sobre cuidados com as crianças e investimentos na segurança e infraestrtura das escolas tem chamado atenção. A publicidade, que ignora a crise na maternidade de lona com a alta taxa de mortes e denúncias de violência obstétrica, inicia com a frase: “Ter um filho é ver nascer o amor”.

A campanha publicitária do Governo em crise tem objetivo de chamar a atenção para os cuidados com os estudantes e os investimentos do Governo nas escolas principalmente frente aos recentes acontecimentos trágicos em outros Estados. As medidas são obrigação do Governo, recomendadas por órgãos fiscalizadores e direito da população, mas é no mínimo curiosa a forma como o Governo inicia a campanha.

Um leitor entrou com contato com a reportagem assim que o Governo publicou a campanha e questionou a forma como a população vem sendo tratada pelo Estado. “Uma atuação forte nas escolas para proteger nossos meninos é louvável, mas é obrigação também do governador. Agora, no começo da propaganda a gente automaticamente lembra da maternidade improvisada. É desumano, amigo”, inicia.

O leitor completou, ainda, lembrando do alto número de mortes no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth. “Em que mundo eles vivem? Essa frase tem impacto direto nas famílias que perderam bebês no início do ano, das mães que sofrem violência obstétrica e até dos profissionais de Saúde que atuam naquela unidade”, desabafou.

Mortes 

Apenas nos 37 primeiros dias deste ano, a maternidade, que funciona de forma improvisada há três anos, registrou 28 mortes de bebês, número superior ao todo registrado durante todo o ano passado. A maternidade e a secretária de Saúde, Cecília Lorenzon, são alvos constantes de denúncias.

Violência 

Em um relato emocionante, o jornalista Felipe Medeiros denunciou, nas redes sociais, que a companheira foi vítima de violência obstétrica em março deste ano.

“Natália foi vítima de violência obstétrica ao tentarem tirar sua placenta. Teve hemorragia, foi parar no centro cirúrgico e precisou de 4 bolsas de sangue e duas de plasma. A maternidade inteira soube dessa situação assustadora. Por muito pouco não aconteceu o pior. Tudo por falta de coordenação da equipe, comunicação adequada, respeito e empetaia de médicos na única maternidade de Roraima”, escreveu.

Fuga 

A titular da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) não participou de uma Audiência Pública sobre “Violência Obstétrica e Morte Materna”, ocorrida nessa terça-feira, 19, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A presença da secretária de Saúde era aguardada, principalmente, para dar explicações sobre o aumento significativo de mortes de bebês, denúncias de violência obstétrica, além de uma série de reclamações que passaram a ser recorrentes no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth.

Pressão

A Secretária de Saúde tem sido alvo frequente de denúncias e pedidos de esclarecimentos na Assembleia Legislativa de Roraima sobre contratos milionários, atraso da obra de construção da nova maternidade, perdas de verbas federais, além do atendimento na maternidade improvisada, mas segue mantida pelo governador no comando da Sesau.

 

Foto: Montagem 

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