Roraima – Em publicação nas redes sociais, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou o envio de uma comitiva interministerial à comunidade Uxiú, Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
O anúncio foi feito após um indígena ser assassinado a tiros na TI por um grupo de garimpeiros. Na mesma ação, outros dois também foram atingidos e estão em estado grave no Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista.
Conforme apurado pelo O Poder, o ataque ocorreu na tarde de sábado, 29. Segundo Guajajara, a comitiva interministerial vai reforçar as ações da retirada de garimpeiros da região indígena.
“Com muito pesar soubemos do ataque a tiros de garimpeiros contra 3 indígenas Yanomami, 1 veio a óbito e os outros 2 estão sob atendimento em estado grave. Uma comitiva interministerial está a caminho de Roraima para reforçar ainda mais as ações de desintrusão dos criminosos”, escreveu a ministra.
Ela destacou, ainda, que já pediu ajuda do Ministério da Justiça para que o ataque aos indígenas desse sábado seja investigado pela Polícia Federal.
“A situação de invasores na TI Yanomami vem de muitos anos e mesmo com todos os esforços sendo realizados pelo Governo Federal, ainda faltam muitas ações coordenadas até a retirada de todos os invasores do território. Solicitamos reforço do Ministério da Justiça para investigação da PF sobre este caso”, acrescentou.
Morte anunciada
No mês passado, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que a crise dos Yanomami só terá fim após a retirada de garimpeiros da Terra Indígena. Nos últimos anos, ocorreram vários conflitos resultando em mortes.
A ministra destacou que para proteger a segurança dos povos, é preciso expulsar os garimpeiros. Em recente levantamento, são cerca de 30 mil indígenas para 20 mil garimpeiros na região.
“É importante identificar o caminho do ouro, desde sua exploração até quem está lucrando com isso. E sabemos que sim, tem a conivência de políticos e empresários”, disse. “Essa atividade ilegal foi amplamente incitada na gestão passada. Não só houve uma conivência, como houve uma incitação à exploração garimpeira”, completou a ministra.
Da redação
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