Antes mesmo da coroação do Rei Charles III, a Inglaterra, por meio do primeiro-ministro britânico garantiu uma contribuição de meio bilhão de reais para o Fundo Amazônia, que tem por finalidade captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal.
O Fundo também apoia o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento no restante do Brasil e em outros países tropicais.
No entanto, a relação de Charles III com o meio ambiente e todas as questões que o envolve não é algo recente. Seu pai, o príncipe Philip, Duque de Edimburgo, presidiu mundialmente, por anos, a World Wide Fund for Nature (WWF), além de apoiar dezenas de outros trabalhos do gênero.
Para o consultor e professor emérito da Universidade Nacional Agrária de Lima (Peru), Marc Dourojeanni, Philip entra para a história como um forte ambientalista.
“Ele aportou muito à gigantesca tarefa de preservar o patrimônio natural da humanidade e de aprimorar a qualidade de vida de todos. Não pelo fato de ter sido um personagem famoso por muitas outras razões, ele deve ser esquecido pelo que fez na área ambiental”, destacou o professor.
Na contramão dos elogios
Se para centenas de pessoas, o legado do príncipe Philip se perpetuará pelas novas gerações, para o senador Plínio Valério (PSDB), que vem insistindo que o Fundo Amazônia é “pura enganação”, como chegou a mencionar em entrevista para um emissora de televisão.
Agora, sem procurar entender todo o contexto, volta a criticar o que ele chamou de “acordo sobre a gestão territorial e ambiental de terras indígenas entre o Governo Federal e a WWF”.
A WWF repudiou a fala do senador tucano e disse que não procede quaisquer tipo de acordo, aleando que é uma “atribuição do Governo Federal e dos povos indígenas a gestão de tais territórios”.
“O WWF-Brasil reconhece o papel fundamental prestado pelos territórios indígenas para a conservação ambiental no Brasil e acredita que o país tem muito a ganhar com uma adequada implementação da PNGATI, razão pela qual se colocou à disposição para apoiar a Funai no que o órgão considerasse adequado e relevante. Em caso de algum tipo de acordo ou parceria, haverá a transparência e a publicidade adequadas, seguindo todos os trâmites legais e regulamentares cabíveis”, diz a nota da Organização Não-Governamental.
Da Redação O Poder
Ilustração: Neto Ribeiro, Portal O Poder