O deputado federal amazonense Capitão Alberto Neto (PL-AM) ofereceu seu “ombro amigo” para Carla Zambelli (PL-SP) nesta quarta-feira, 2. A deputada federal se pronunciou sobre seu relacionamento com o hacker Walter Delgatti Neto e sobre as investigações da Polícia Federal. A parlamentar é suspeita de contratar Delgatti para fraudar urnas eletrônicas e tentar inserir no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Zambelli fez um pronunciamento no salão verde da Câmara dos Deputados e Alberto Neto prestou apoio e solidariedade. Em suas redes sociais, o parlamentar escreveu que “a verdade sempre prevalece” em imagens ao lado de Zambelli. O Portal O Poder entrou em contato com o deputado e sua assessoria para pedir o posicionamento oficial, uma vez que ele também é presidente do Diretório Municipal do PL, mas até o término desta matéria não obteve resposta.
Zambelli e o hacker
Ao todo, a Polícia Federal cumpriu cinco ordens de busca e apreensão, sendo duas em São Paulo e três no Distrito Federal. Destas, quatro são em endereços ligados à Carla Zambelli.
Zambelli e Delgatti são os principais alvos da Operação 3FA (uma referência a autenticação de dois fatores), que investiga a suposta invasão aos sistemas do CNJ e inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
Segundo a PF, a ofensiva investiga delitos que ocorreram entre 4 e 6 de janeiro, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ 11 alvarás de soltura de presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
“O que tenho de relação com o Walter é que o conheci saindo de um hotel. Ele vivia trocando de telefone, eu queria falar ao vivo. Nos vimos três vezes e conversamos sobre tecnologia. Uma vez, o ajudei a vir a Brasília, ele disse que teria provas e serviços a oferecer ao PL e o levei a Valdemar da Costa Neto. Fizemos uma reunião”, confessou Zambelli em pronunciamento aos jornalistas. A deputada disse ter sido responsável por colocá-lo em contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
“Ele (Delgatti) se ofereceu para participar de uma espécie de auditoria no primeiro e segundo turno das eleições. Ele encontrou Bolsonaro, que perguntou se as urnas eram confiáveis. Nunca mais houve contato entre eles”, relatou Zambelli.
Em depoimento para a Polícia Federal, Delgatti revelou que Bolsonaro questionou a ele se, munido de código-fonte, conseguiria invadir urnas eletrônicas, durante o período das eleições de 2022. Delgatti acrescentou que o assunto “não foi adiante, pois o acesso dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi apenas na sede do tribunal”. Ele disse ter encontrado o ex-chefe do Executivo no Palácio do Alvorada.
Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou a apreensão do passaporte, armas e bens acima de R$ 10 mil cuja origem não seja comprovadamente legal.
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Priscila Rosas, para Portal O Poder
Foto: Reprodução