Roraima – Por quatro votos a três, o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE) manteve o mandato do vereador Adjalma Gonçalves (SD). A ação, que o acusava de infidelidade partidária, foi movida pelo Republicanos, que tem como presidente do diretório estadual o senador Mecias de Jesus.
Conforme a ação, o parlamentar teria saído da sigla sem comunicação prévia, e sua subsequente filiação ao Partido Republicano da Ordem Social (PROS) com a intenção de concorrer ao cargo de deputado estadual nas eleições de 2022.
Foram favoráveis a manutenção do mandato do vereador os juízes Luiz Felipe Bouzada e Joana Sarmento, bem como das desembargadoras Tânia Vasconcelos e Elaine Bianchini. Foram contrários os juízes Ataliba de Albuquerque Moreira, Francisco de Assis Guimarães Almeida e Cícero Renato Pereira Albuquerque.
Em uma declaração divulgada nas redes sociais, o vereador expressou gratidão pelo resultado do julgamento. “É com muita alegria em Cristo e emoção que não cabe no coração que comemoro a decisão colegiada do Tribunal Regional Eleitoral. O momento é de profunda gratidão a Deus, à nossa equipe e a todos que igualmente acreditam no nosso trabalho!”, afirma o parlamentar em trecho da nota.
Processo
Adjalma Gonçalves ingressou na política concorrendo ao cargo de vereador em Boa Vista nas eleições de 2020, alcançando a posição de primeiro suplente pelo Republicanos com um total de 2.047 votos. Sua ascensão ao cargo ocorreu quando Gabriel Mota, também do Republicanos, assumiu a cadeira de deputado federal deixada por Jhonatan de Jesus, nomeado Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
No mês de março deste ano, o juiz eleitoral Ataliba Moreira, em resposta a uma solicitação do partido Republicanos, determinou o afastamento de Gonçalves do cargo de vereador devido a alegações de infidelidade partidária. O parlamentar apresentou um mandado de segurança à Corte, acatado parcialmente pelo juiz relator Felipe Bouzada. O colegiado seguiu a decisão de Bouzada e a liminar impetrada por Ataliba Moreira foi cassada, permitindo que o parlamentar continuasse exercendo suas funções como vereador.
Perseguição
Na mesma época, em discurso no Plenário da Câmara Municipal de Boa Vista, Gonçalves afirmou que o processo era uma perseguição por parte do senador Mecias de Jesus (Republicanos). Ele relatou que tudo teve início em 2021, quando ele manifestou interesse em concorrer ao cargo de deputado estadual. Gonçalves alegou que suas pretensões políticas resultaram na exoneração dele de um cargo comissionado na Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), pasta que tem Mecias como mandachuva.
Além disso, à época, ele acusou o senador de manipular a opinião pública contra ele. Apesar das adversidades enfrentadas, Gonçalves manteve sua determinação em lutar pelo direito ao seu mandato como vereador.
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