setembro 7, 2024 21:16

Lira ataca “excessos” da PF e diz que “nem de longe” Bolsonaro está morto politicamente

Com a empáfia peculiar, Arthur Lira (PL) atacou o que classificou como “excessos” da Polícia Federal, saiu em defesa de Jair Bolsonaro (PL) e detalhou o acordo costurado por ele com Lula para levar quadros do Centrão para a base do governo na Câmara em longa entrevista na edição desta segunda-feira (18) da Folha de S.Paulo.

Após conseguir travar as investigações sobre o esquema de corrupção dos kits robótica, envolvendo assessores e prefeituras em seu entorno, o presidente da Câmara classificou como “excessos, abusos” o inquérito e atacou a atuação da PF.

“Isso é uma alegação. Mais um abuso, um excesso”, disse Lira. “Eu não estou aqui julgando ninguém, estou dizendo por mim, que fui massacrado durante dois meses: aliados de Lira, parentes de Lira, assessor de Lira. Então, tudo a seu cabo, essa operação que aconteceu, que trata de um assunto depois que foi totalmente desvirtuado, ela foi anulada pelo STF, por vício de iniciativa, perseguição de alvos, direcionamento de investigação. Não teve sorteio de procurador para atuar no caso. Então, ela é eivada de irregularidades. E, ao final, todos serão responsabilizados”, emendou, ressaltando que está processando os investigadores com representações no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Na sequência, o deputado chamou a atenção do governo Lula dizendo que “tem que ter esse cuidado com alguns excessos que estão aflorando”, em relação à atuação da PF.

Lira ainda atacou a investigação contra o general Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, e o acordo de delação premiada firmado pela PF com o tenente coronel Mauro Cid – que não foi homologada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Tem que ter o aval [do MPF]. De qualquer maneira, o Ministério Público é o dono da ação. Se ele não participa, se ele não vê, se ele não discute, na frente, como é que vai andar? Então, acho que quando você começa a extrapolar os seus limites, você começa a desvirtuar o sistema institucional brasileiro”, afirmou.

Lira ainda saiu em defesa de Bolsonaro, dizendo que “nem de longe” o ex-presidente, a quem apoiou na tentativa de reeleição, está “morto politicamente”.

“Ele foi julgado inelegível, politicamente é muito amplo, ele pode funcionar como cabo eleitoral, ele pode apoiar outro candidato, ele pode reverter uma decisão dessa no Supremo. A gente já viu tantas dificuldades. O presidente Lula é um exemplo vivo disso”.

Centrão
Na entrevista, Lira ainda detalhou o acordo firmado diretamente com Lula, segundo ele, para atrair o Centrão e garantir “350, 340 votos” na Câmara.

Sobre a nomeação de André Fufuca (PP-MA) para o Ministério do Esporte, Lira afirmou que é uma “tendência natural” que seu partido agora passe a apoiar o governo, embora ressalte que não conseguirá entregar os votos de todos os 49 deputados da sigla.

O presidente da Câmara ainda afirmou que a Caixa com “porteira fechada” (incluindo 12 vice-presidências) fez parte do acordo com o PP.

“Eu tenho uma conversa com o presidente Lula por esses dias. Ainda vou ter que conversar internamente no meu partido. Os nomes serão colocados à disposição do presidente, que fará a escolha”, afirmou, ressaltando que “a conversa inicial era que ou na cota do PP ou na minha cota isso fosse indicado, mas isso será bem ampliado para todos os partidos que fizeram parte do acordo”.

Em relação à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o acordo, segundo Lira, foi feito com o Republicanos, que vai comandar a autarquia – uma das mais cobiçadas dentro do Ministério da Saúde.

O presidente da Câmara ainda esnobou as rusgas com o Ministra da Fazenda, Fernando Haddad, que havia dito que a Câmara está com muito poder sob a Presidência de Lira.

“Depois ele mesmo consertou. Isso está ultrapassado. [A relação] Sempre foi boa e vai continuar boa”, disse Lira.

 

 

Com informações da Revista Fórum

Foto: Reprodução

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