Roraima – No mínimo mal assessorado, o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB), fez uma bela trapalhada ao tentar comentar, na última segunda-feira, 25, a contratação do cantor Johnny Hooker para se apresentar em uma das noites do festival Mormaço Cultural. Pressionado por pastores, religiosos, deputados e vereadores, o prefeito se atrapalhou para justificar o distrato com o cantor, que receberia R$ 100 mil por uma única apresentação.
O movimento contra Johnny ganhou força ainda na sexta-feira, 22, quando internautas e parlamentares passaram a divulgar um vídeo, em que o cantor pernambucano durante apresentação no Festival de Inverno Garanhuns afirmou que Jesus era travesti.
Na época, o artista justificou que o posicionamento era contra a tentativa de proibir uma peça com Jesus transexual no festival, que enfrentou uma longa batalha jurídica para poder estar na programação do FIG. O discurso do cantor dividiu opiniões e causou nova polêmica em Roraima.
Diante da pressão, Arthur Henrique foi às redes sociais após três dias de crise, na segunda-feira, 25, anunciar o cancelamento da atração. No vídeo, Arthur afirma que a escolha das atrações foi feita pela Fundação de Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista (Fetec), a partir de interações nas redes sociais no momento em que o festival foi anunciado.
Mas em seguida, Arthur Henrique fala sobre a repercussão de declarações polêmicas do artista e, diante disto, seguindo o apelo popular, estava cancelando a participação do artista no seu Mormaço, evento idealizado pelo prefeito em 2022, quando ocorreu a primeira edição.
A justificativa confusa do prefeito gerou novos manifestos nas redes sociais. O descontentamento é tanto que grupos estão se organizando para protestar contra o prefeito durante às apresentações do próximo sábado.
Enquanto Arthur Henrique tenta se reerguer da crise desnecessária, servidores comentam nos corredores da Prefeitura de Boa Vista e da Fetec que a polêmica agradou alguns pastores de Arthur Henrique, que tem cargos na Prefeitura. É que eles estariam interessados no comando da Fetec e a soma de atos falhos pode gerar o “cancelamento” do atual diretor-presidente da fundação, Dyego Monzaho.
Foto: Semuc