A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participa, nesta terça-feira, 29, da reunião sobre a CPI das ONGs, no Senado Federal. Na ocasião, ela também comentou sobre os imbróglios acerca da BR-319 e chocou amazonenses, e nortistas de modo geral, com a sua declaração sobre a viabilidade da estrada.
A ministra destacou que a estrada não é concluída há anos justamente por se tratar de uma obra difícil e elencou três critérios de viabilidade: social, econômica e ambiental.
Marina disse “entender” a questão social, pontuando o direito de ir e vir das pessoas. No entanto, ela ‘brecou’ os demais critérios porque, segundo ela, não há projeto produtivo para a BR-319.
“Não se faz uma estrada de 400 quilômetros no meio da floresta virgem apenas para passear de carro”, disse a ministra, destacando ainda que, só em anunciar obras na BR-319, o desmatamento nas proximidades aumentou 110%.
Marina foi confrontada pelo presidente da CPI, senador Plínio Valério (PSDB). Ele disse que o Amazonas preserva 97% da sua floresta e, ainda, que para a construção da estrada não seria preciso derrubar nenhuma árvore.
“A estrada está pronta. Tanto que agora, no verão, passam 100 ônibus por dia. Falta o asfalto para o trânsito no inverno. Quem é o responsável por não deixar desmatar no entorno? Isso é o Estado mostrando sua incompetência e inoperância”, acusou o senador.
Da Redação O Poder
Foto: Reprodução/TV Senado