fevereiro 20, 2025 14:22

O poder do voto evangélico nas eleições municipais

No jogo de estratégia para angariar bons resultados nas eleições, os votos dos evangélicos são uma das parcelas mais importante do pleito. Isso porquê a influencia dos líderes evangélicos ou católicos com o ‘bairrismo’ de se ter um candidato da igreja a qual o eleitor pertencem acabam sendo um critério importante na hora do eleitor escolher o seu candidato. 

O parâmetro não é novidade e já existe há muito tempo, uma vez que as igrejas evangélicas e, consequentemente, o número de fiéis aumentaram consideravelmente. De acordo com dados do Centro de Estudos da Metrópoles (CEM/Cepid) da Universidade de São Paulo (USP), em 1990, o Brasil tinha 17.033, e em 2019, esse número aumentou em 543%, ou seja, para 109.560. O crescimento evangélico pode ser determinado por vários fatores como mudança de legislação para abertura de templos, crescimento econômico e o próprio papel do templo na atração e fidelização de fiéis, além da própria dinâmica das igrejas evangélicas. 

Com isso, a cada ano, políticos tendem a fortalecer a sua imagem perante às igrejas para fidelizar votos, baseados nas crenças e estilo dos fiéis. E, por muitas vezes, essa estratégia funciona, formando as bancadas evangélicas nas Casas Legislativas ou tendo Chefes do Executivo que acentuam o fato de ser crente nas suas atividades diárias.  

Bancada evangélica municipal

Em Manaus, os votos dos fiéis ainda são considerados importantes pelos políticos. Um bom exemplo, é que o candidato mais votado para a Câmara Municipal de Manaus (CMM) nas Eleições de 2020 é um pastor da igreja universal. O vereador João Carlos teve 13.880 votos. Nas eleições de 2022, o parlamentar teve um desempenho bom, conquistando 44.085 votos, mas não conseguiu a cadeira na Câmara dos Deputados. Outro pastor da universal é o vereador Márcio Tavares. 

Ambos fazem parte do partido Republicanos que a nível estadual é dirigido pelo Silas Câmara, que, por sua vez, tem grande poder de influência na igreja Assembleia de Deus e se consagrou como um político evangélico. Falando na IEADAM, os pastores Mitoso (MDB) e Roberto Sabino (Podemos), além de Joelson Silva (sem partido), são os representantes da igreja na Casa Legislativa municipal. 

Já a 1ª vice-presidente da CMM, Yomara Lins (PRTB), também é pastora, mas não identificou em suas redes sociais de qual igreja. Eduardo Alfaia (PMN) é pastor da Assembleia de Deus – Ministério Madureira. O vereador Marcel Alexandre (Avante) é apóstolo na Ministério Internacional  da Restauração (MIR). 

Do partido Democracia Cristã, Wallace Oliveira é membro da Igreja de Deus Pentecostal do Brasil (IDPB) e Raiff Matos é da Nova Igreja Batista (NIB). 

Os vereadores Jaildo Oliveira (PCdoB) e Professor Samuel (PL) congregam na igreja Adventista. Já Dr. Daniel Vasconcelos (Podemos) é cristão católico.

Além desses, Rosinaldo Bual (PMN), Ivo Neto (PMB), Fransuá (PV), Dione Carvalho (sem partido), Capitão Carpê Andrade (Republicanos) e Bessa (SD) se identificam como cristãos nas biografias de seus perfis nas redes sociais mas não entram em detalhes em quais igrejas congregam ou se tem funções importantes nelas. 

O Portal O Poder apurou que dos 41 vereadores da CMM, 19 identificam-se abertamente como cristãos e mais da metade exerce alguma função de influência na igreja. O que comprova o grande poder de voto dos cristãos para colocar representantes de suas igrejas no plenário. 

 

Priscila Rosas, para Portal O Poder

Foto: Divulgação

 

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