As recentes polêmicas envolvendo o Governo do Estado têm desviado a atenção de um problema crítico que continua a afetar os produtores do interior de Roraima: a praga da lagarta. Para quem não lembra, esta não é a primeira vez que o nosso Estado enfrenta tal situação. Em meados de 2017, no então Governo Suely, um dos maiores pecuaristas do Estado, Antonio Denarium, hoje governador, também foi um dos mais afetados. Entretanto, agora ele se vê obrigado a enfrentar o problema em silêncio. Isso porque a resposta do Governo tem sido lenta e ineficaz. Só para exemplificar, o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater) licitou perfuratrizes, investindo mais de R$ 50 milhões, mas só finalizou o processo recentemente.
Em vez de utilizar essas perfuratrizes para fazer poços artesianos durante o período de seca, estão comprando equipamentos no período de chuvas, após a seca já ter causado estragos significativos e matado animais. A situação é agravada pelas ações fora do tempo da Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi), que comprou R$ 40.485.000,00 em novilhas girolando. Essas novilhas supostamente seriam destinadas à produção leiteira e à formação de rebanho bovino leiteiro no Estado, conforme o termo de referência do processo, para suprir as necessidades da produção familiar e atender cerca de 300 famílias.
No entanto, essa iniciativa ocorre em um Estado onde as pastagens estão severamente afetadas. A pergunta que fica é: o que essas matrizes, que supostamente têm boa genética, irão comer? Como produtor rural, o governador Antonio Denarium deveria demonstrar mais empatia pelos colegas que enfrentam a mesma situação. Fontes da Coluna indicam que sua propriedade, localizada no Município de Iracema, um dos mais atingidos pela praga da lagarta, também sofre com os mesmos problemas.
A lerdeza do Governo não apenas coloca em risco a subsistência dos produtores locais, mas também compromete a economia do Estado como um todo. É imperativo que o Governo de Roraima adote medidas mais proativas e eficientes para combater essa crise.
A implementação de soluções no tempo certo é indispensável para mitigar os danos e garantir a sobrevivência dos produtores, seus rebanhos e para evitar que o preço da carne aumente para o consumidor. Sem uma abordagem mais empática e estratégica, continuaremos a ver nossos recursos e esforços sendo desperdiçados, enquanto os problemas reais permanecem sem solução. Com a palavra os órgãos de fiscalização e controle de Roraima.
Da Redação com informações da Folha BV
Foto: Divulgação