O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), candidato à reeleição, anunciou, no último dia 27, em entrevista à rádio BandNews Difusora, processos judiciais contra veículos de comunicação que denunciaram as relações de sua noiva, sogra e genro com empresas que têm contratos com a Prefeitura de Manaus, mas até esta segunda-feira (02/09), não havia registro dos processos no site do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
De acordo com notícia da revista Veja, uma das mais importantes do País, a prefeitura de Manaus gastou R$ 2,4 milhões para contratar uma empresa ligada à família do genro de David Almeida. Segundo a revista, controlada por Edgard Lima Cordeiro, a Eleven da Amazônia celebrou sete contratos para fornecimento de carros ao governo municipal. Parte desses contratos foi assinada em regime emergencial, ou seja, sem licitação. Edgard é primo de Gabriel Alexandre da Silva Lima, casado com Fernanda Aryel, filha do prefeito de Manaus.
De acordo com dados da Receita Federal, informou a Veja, a empresa, fundada em 2022, possui um capital social de 1,5 milhão e declara desempenhar atividades que vão de limpeza a construção de estações de energia elétrica. Dos sete contratos firmados com a gestão de Almeida, quatro foram celebrados em regime emergencial, sem licitação.
Em outro episódio envolvendo pessoas próximas ao prefeito, a sogra de Davi Almeida foi contratada por uma construtora que faturou R$ 55 milhões em contratos com a prefeitura de Manaus. Entre novembro do ano passado e abril deste ano, Lidiane Oliveira Fontenelle, mãe de Izabelle Fontenelle de Queiroz, noiva do prefeito, recebeu pagamentos de R$ 20 mil da Rio Piorini, uma prestadora de serviços da prefeitura desde 2011.
Questionado sobre os contratos da gestão com empresas ligadas ao genro e à sogra, Almeida afirmou que não vê crime no envolvimento de familiares com empresas que têm contratos, sem licitação, com a Prefeitura. Segundo o mandatário municipal, a sua noiva, Izabelle Fontenelle, já trabalhava em uma empresa que mantinha relações com a prefeitura antes da relação.
Almeida disse que ia processar os veículos de imprensa que noticiaram os escândalos: “Qual crime? Prestaram serviços para uma empresa que foi terceirizada. No caso, a minha noiva, ela foi funcionária da empresa antes de me conhecer. Inclusive tá sendo processado (sic) todos os veículos, porque foi ali uma invasão de sigilos que foram (sic) expostas”, disse.
As informações divulgadas sobre as notas fiscais são públicas e podem ser consultada no site da Receita Federal e no Portal da Transparência. Nesta segunda-feira, em busca no site do TJAM, foram encontrados nove processos com o nome de David Antônio Abisai Pereira de Almeida, na 1ª Instância, sendo apenas um com entrada em 2024, o 0543202-42.2024.8.04.0001, um mandado de segurança cível, de Exame Psicotécnico / Psiquiátrico.
Vaja o resultado da busca no site do TJAM:
Confira trecho de entrevista:
Da Redação