outubro 18, 2024 19:30

Próximo prefeito de Manaus deve priorizar segurança, setor fundiário e nova matriz econômica, diz consultor

Manaus está no segundo turno das eleições e a responsabilidade do eleitor se intensifica, pois é um momento decisivo para escolher quem vai administrar a capital do Amazonas nos próximos quatro anos. Em contrapartida, o futuro prefeito precisa estar preparado para enfrentar os desafios econômicos da metrópole.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Manaus figura entre as cinco cidades mais ricas do Brasil. Entretanto, se tratando de PIB per Capita, a capital passa longe desse ranking. Marx Gabriel, consultor de empresas, conselheiro de administração e sócio-diretor da MB Consultoria, afirma que a matriz econômica da cidade e do Estado ainda está muito concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM). Isso revela uma fragilidade econômica que o próximo prefeito deve enfrentar com estratégias que promovam a diversificação e autonomia em diversas áreas.

“Manaus é uma cidade perigosa. A capital mais violenta do país, 27ª  cidade mais violenta do mundo e a capital com maior número de subtração de celulares do Brasil. São indicadores vergonhosos! Não há economia pujante num ambiente de tamanha insegurança. E sim, isso é um trabalho em que o prefeito deve focar e não apenas delegar para o Estado”, pontuou. 

Outro grande entrave para o desenvolvimento econômico de Manaus é a situação fundiária. Segundo Marx, estima-se que 50% dos imóveis não possuem escritura, o que impede o acesso ao crédito e limita o empreendedorismo. Além disso, a cidade tem o segundo pior trânsito entre as capitais brasileiras, o que afeta a logística e torna as empresas locais menos competitivas. Para fomentar um ambiente propício aos negócios, a prefeitura precisa desburocratizar processos, acelerar a emissão de licenças e tornar Manaus um lugar mais acessível para empreender.

Diversificar as alternativas econômicas

O próximo prefeito deve focar em construir alternativas econômicas para Manaus sem depender apenas do PIM, modelo econômico que tem mais de 50% da receita apenas de dois segmentos: duas rodas e eletroeletrônicos.  Setores como turismo e agricultura local, que hoje são negligenciados, precisam ser estimulados. Conforme o especialista, Manaus tem potencial turístico, mas enfrenta desafios como poucas opções de voos e passagens aéreas caras, além de uma infraestrutura inadequada.

“A passagem aérea mais cara do Brasil tem Manaus como partida ou chegada. E poucos voos. A cidade está cada vez mais isolada. Há anos, Belém (PA) continua a ter o voo da TAP direto para Portugal, enquanto o de Manaus ficou por poucos meses. Fala-se que a capital amazonense poderia ser um bom prestador de serviços na área digital. Como, se temos problemas sérios na internet, tanto no fornecimento de qualidade como em preços altíssimos comparados às outras regiões do Brasil? Via de regra o limão consumido em Manaus vem do Pará; o tambaqui vem de Rondônia; a matrinxã vem de Roraima; o cheiro verde do Ceará. Isso é absurdo. Acho que o principal papel do Executivo Municipal é ajudar a criar um ambiente de negócios saudável e um bom lugar para o cidadão viver”, declarou. 

Outros pontos a serem trabalhados nos próximos quatro anos e que podem melhorar os índices econômicos de Manaus, aponta Marx, é investir em medidas para tornar a cidade segura, com boas condições de infraestrutura e menos burocracia. É necessário avançar na regularização dos imóveis, melhorar o trânsito e cobrar do governo estadual e federal melhorias que beneficiem a população local, como a pavimentação da BR-319, que pode tirar a cidade do isolamento logístico. Além disso, é preciso que o Executivo Municipal se comprometa com ações sustentáveis, como reduzir gastos desnecessários e evitar desperdícios de recursos públicos, especialmente com festas e eventos que não agregam valor à população.

O que é importante avaliar

Para escolher um bom gestor, o eleitor manauara precisa estar atento a propostas que tratem dos problemas reais da cidade. Em 2021, Manaus enfrentou a crise da falta de oxigênio e, desde então, nenhuma melhoria significativa foi feita para evitar que algo semelhante volte a acontecer. A violência crescente, a precariedade da saúde e o trânsito caótico são questões urgentes que não podem ficar de fora dos planos de governo. 

Para Marx, Manaus precisa de uma gestão que vá além do “mais do mesmo” e realmente promova mudanças significativas para o futuro da cidade e de seus habitantes. 

“Manaus é a capital mais violenta e com mais roubos de celulares do Brasil, com dezenas de assaltos à mão armada dentro de ônibus e nas paradas. Alguém viu esses temas na pauta dos debates? Manaus tem o segundo pior trânsito, a saúde precária e os alimentos mais caros do país. Onde isso está sendo debatido? No entanto, muitas festas são feitas com dinheiro público. Não é difícil saber o que o cidadão precisa estar atento, mas, pela pauta dos candidatos, mostra-se que o eleitor não tem cobrado o que deveria cobrar”, finaliza.

Marx Gabriel é consultor empresarial em Manaus

 

Da Redação com informações da assessoria de imprensa 

Foto: Divulgação

Últimas Notícias

EST/UEA é referência em tecnologia e inovação e abre portas para a socialização do conhecimento

A Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA) abriu, nesta sexta-feira, 18,  suas portas para...

Mais artigos como este

error: Conteúdo protegido!!