O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) apresentou falas contraditórias durante o debate realizado na noite dessa quinta-feira, 24, pela TV Amazonas. O candidato do Avante mudou o discurso sobre temas polêmicos, como a Lei 3.379/2024 – que vem sendo alvo de críticas e até protestos por promover mudanças consideradas negativas e que criam uma série de burocracias para o serviço de transporte por aplicativo (Moto Uber, 99 e etc) – e a taxação do abastecimento de água de condomínios que possuem poços artesianos.
No debate exibido pela TV Band Amazonas no dia 14 de outubro, o adversário de Almeida, Capitão Alberto Neto (PL) pediu ao prefeito de Manaus que explicasse os efeitos da lei em questão e a criação de 16 taxas previstas por essa medida. Almeida alegou que essa iniciativa vai beneficiar os motociclistas de aplicativo que terão maior participação nos lucros das corridas.
“É o projeto que vai tirar você da escravidão. Hoje o mototaxista paga mais de 40% da sua renda para esses aplicativos [se referindo a Uber Moto e 99 Moto]. Foi um projeto construído junto com os motociclistas, mototaxistas proposto por eles e com isso nós vamos ter um aplicativo municipal onde vamos inserir esses profissionais e eles vão ter 95% dessa renda destinada totalmente para eles e a Prefeitura de Manaus vai trabalhar com a questão do direito trabalhista”, disse.
Já no debate da TV Amazonas, o prefeito de Manaus – após pressão da categoria sobre o tema – apresentou um discurso diferente. Gaguejando e confundindo palavras, David Almeida afirmou que a medida em nada interfere no serviço desempenhado pelos motociclistas de aplicativo e tão somente existe para aumentar o número de mototaxistas na cidade.
“Com relação aos mototaxistas também não existe taxa nenhuma. O que nós fizemos foi ampliar o número de vagas para mototáxi e moto uber e com… mototaxi, e… e taxi [sic]. Ninguém pagou nenhuma taxa. Se tiver alguém que pagou alguma taxa aí volta lá que a gente faz a devolução só que não tem”, afirmou o prefeito.
Veja a íntegra da lei aqui.
Outro discurso contraditório foi com relação a taxação do abastecimento de água em condomínios que possuem poços artesianos. Em Março de 2023, durante o lançamento do programa social “Tarifa 10”, o prefeito prometeu taxar condomínios e até indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM).
“Os ricos não pagam água na cidade de Manaus. Sabe por quê? Moram todos em condomínio! O Distrito Industrial também não paga porque todos têm poços. Eu quero aprovar a Lei para que todos possam contribuir, para que eu possa levar mais água, mais esgoto, mais saneamento. Todos precisam contribuir. Vamos taxar, sim!”, afirmou na ocasião.
Já durante o debate, ao ser questionado por Alberto Neto sobre a criação dessas taxas, Almeida alegou apenas que eram “fake news”.
“Antes as fake news eram uma por vez e agora são por atacado”, disse o prefeito, com um sorriso de deboche.
Almeida ainda continuou: “Primeiro: não existe taxa de água. A Câmara Municipal fez uma CPI e fez um Termo de Ajuste de Gestão solicitando que a prefeitura fizesse a cobrança mas não teve regulamentação e não tem cobrança de ninguém. Não existe nenhum condomínio cobrando água”.
Diante da negativa, Alberto Neto prometeu divulgar o vídeo em que David Almeida prometia taxar os condomínios, o que fez com que o prefeito tentasse justificar a promessa.
“Aquela fala é verdade. Foi num momento em que nós achávamos que era necessário. Quando nós fizemos a Tarifa 10 Manauara não foi mais necessário”, alegou Almeida.
Da Redação
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