O setor de logística do Brasil tem registrado a entrada de grandes operadores globais de transporte marítimo em importantes terminais portuários. A empresa francesa CMA CGM adquiriu a Santos Brasil enquanto a suíça MSC fechou um acordo com a Wilson Sons, ambas proprietárias de portos no país.
No Amazonas, o Grupo Chibatão deve receber propostas das gigantes internacionais de transporte. Desde o ano passado, comenta-se que grupos estrangeiros têm interesses em comprar o maior porto privado da região. O Chibatão passa por uma batalha judicial por causa do espólio do empresário José Ferreira de Oliveira, o “Passarão”, falecido em 2023 vítima de câncer. Ele construiu um império, entre eles, o porto avaliado em R$ 21 bilhões.
As transações realizadas até o momento pelas empresas internacionais, conforme a Folha de São Paulo, acontecem porque existe uma verticalização do setor e a escassez de capacidade portuária no Brasil.
Problemas de limitação de espaço
Julio Favarin, da Garín Partners, informou que a limitação de espaço portuário é um problema global, mas é mais acentuado no Brasil. O maior porto do Brasil, o Porto de Santos, opera acima da capacidade, o que desvia movimentações para outros terminais, como os da Wilson Sons como na Bahia e do Rio Grande do Sul. Isso eleva os custos para armadores. Uma das estratégias para a diminuição de custos é a aquisição de operações portuárias.
Verticalização gera debate
A verticalização, onde as empresas atuam como armadoras e operadoras portuárias, gera debate. Alguns a veem como uma tendência global, enquanto outros apontam o risco de concentração do mercado.
As aquisições da Wilson Sons pela MSC e da Santos Brasil pela CMA estão sujeitas à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), visto que ambas têm presença significativa no setor portuário brasileiro.
Da Redação com informações da Revista Oeste
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