Um receio de crise se forja no céu de Belém quando se fala em COP-30, que será realizada no fim de 2025. Apesar do zelo da cidade e do Estado no preparo da estrutura, há três desafios enormes: os índices históricos de desmatamento no Pará (sim, ainda existe nas sombras da floresta, com madeira de lei tida como a melhor para o mercado); a falta de leitos de hotel para comitivas de quase 100 países (a ideia de navios-hotéis no rio ainda não vingou); e um fator alheio às mãos do governador Helder Barbalho (MDB), escolhido por Lula da Silva o anfitrião: a falta de acordo para uma Carta, ainda mais agora com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Há risco de o evento se tornar um passeio diplomático na floresta. Há dias, foi cancelada a audiência que a Comissão de Meio Ambiente da Câmara faria para tratar da COP-30. A iniciativa era da deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), mãe do governador do Pará, que torce por vitrine nacional do filho Helder, todavia ele pediu cautela.
COP-30 será uma vitrine internacional e teste para o governador Helder como um potencial vice de Lula em 2026. Mas ele precisa mostrar soluções.
Queimadas
Santarém tem sofrido com inúmeros registros de queimadas e a estiagem que tem afetado a população do município. Em meio ao problema ambiental, o Governo do Pará vem trabalhando intensamente e realizando reforços no combate aos incêndios na região. A fumaça proveniente do local chegou até o Amazonas. Elas são reflexos do desmatamento na região.
Alojamento em escolas
Uma das ideias ‘geniais’ de Barbalho é reformar 17 escolas que servirão como alojamento durante a COP30. A ordem de serviço foi assinada em julho. A capacidade será de aproximadamente 5 mil pessoas.
O motivo para essa adequação é simples: faltam hotéis em Belém. Em novembro e 2024, O Globo divulgou que uma pesquisa, em posse do governo do Pará, mostrou que a cidade tem um déficit de 43 mil leitos para o megaevento. A Região Metropolitana de Belém conta com 12 mil leitos, e apenas 864 deles são de hotéis da categoria luxo. O público estimado para a COP é de 40 mil a 60 mil pessoas.
Trump pode ser problema
Um fator que sai das mãos de Helder e do presidente Lula é a colaboração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O político é conhecido por ter uma posição muito agressiva com desregulamentações e sem propostas expressivas para a área. Por causa disso, o país pode ficar de fora do Protocolo de Intenções da COP30. Esse tipo de atitude não é novidade para Trump, uma vez que em 2017, em seu primeiro mandato, os Estados Unidos saiu do Acordo de Paris, sendo um dos passos mais simbólicos da política (anti) ambiental do presidente eleito.
Para contornar uma possível ausência de Trump na COP30 e seus efeitos negativos, o governador do Pará disse, em entrevista, que os interesses da humanidade devem prevalecer e que ele espera a participação e a colaboração do presidente eleito dos Estados Unidos no megaevento.
Da Redação com informações de IstoÉ
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