O ano de 2025 começou com uma punhalada do governo do Pará sobre milhares de trabalhadores da Educação. Sob a justificativa de atender a uma determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o governo Helder Barbalho demitiu cerca de 5 mil servidores temporários, entre professores, agentes administrativos, merendeiras e outros profissionais, deixando um rastro de perplexidade e revolta.
A portaria com os nomes dos demitidos foi publicada no Diário Oficial do dia 30 de dezembro, como um amargo “presente” de Ano Novo para esses trabalhadores e suas famílias. A medida atinge em cheio um dos pilares da sociedade: a educação.
Impacto social das demissões
Os trabalhadores atingidos pela cruel canetada de demissões não escondem o sentimento de desamparo. Muitos relatam que a demissão em massa, além de ser desumana, é um reflexo de um governo que prioriza números e estatísticas em detrimento das vidas das pessoas. Sem aviso prévio, eles foram jogados na rua em pleno período de festas, um momento em que as famílias deveriam estar comemorando e planejando o futuro, mas que agora enfrentam a angústia da incerteza e do desemprego.
Enquanto o governo defende a substituição dos temporários por concursados como um avanço, a realidade dos trabalhadores demitidos é cruel. Muitos atuavam há anos como temporários, sem estabilidade e sem a garantia de uma aposentadoria digna, mas ainda assim davam o máximo para garantir a qualidade da educação pública. Agora, são descartados como peças de um quebra-cabeça que não se encaixam mais no jogo político.
A demissão massiva também levanta dúvidas sobre a real capacidade do governo em manter a qualidade do ensino em 2025. A transição abrupta pode causar um apagão educacional, sobretudo nas regiões mais vulneráveis, que dependem de professores experientes e dedicados.
Além disso, o governador precisa responder a algumas perguntas: 1) o número de concursados que devem preencher as vagas dos demitidos é menor, igual ou superior? Quanto vão ganhar os novos contratados, já que se sabe que estes já chegam ao serviço público recebendo metade da gratificação dos demitidos?
Educação em Crise
O governo Helder Barbalho precisa prestar contas à sociedade para explicar como essa decisão foi tomada, e por que foi escolhida essa data específica para implementá-la. A justificativa de cumprir uma determinação do TCE não exime o governo de planejar uma transição que respeite os direitos e a dignidade dos trabalhadores.
Enquanto o Pará celebra conquistas econômicas e projetos grandiosos, a educação, que deveria ser uma prioridade, enfrenta cortes, substituições automatizadas e o abandono de profissionais que dedicaram suas vidas a ensinar. O impacto das demissões será sentido não apenas pelos trabalhadores, mas por toda a sociedade, que verá as consequências desse descaso refletidas nas salas de aula e na formação das futuras gerações.
Se o governo queria começar o ano com uma mensagem, ela foi clara: a educação pública, seus trabalhadores e suas famílias não são prioridade. Agora, resta aos demitidos, às suas famílias e à sociedade civil organizada unirem forças para lutar contra esse descaso, exigir explicações e, acima de tudo, cobrar respeito e dignidade para quem constrói, dia após dia, o futuro do estado.
A justiça pode ser o caminho para reparação dessa violação de direitos.
Da Redação com informações de Ver-o-fato
Foto: Neto Ribeiro/Portal O Poder