dezembro 16, 2025 15:30

PF investiga agência da Caixa por saques suspeitos de R$ 2 milhões das contas da Eletrobras

A polêmica envolvendo o pagamento suspeito de R$ 150 milhões, por meio de decisões judiciais, ganhou mais um novo desdobramento. Nesta segunda-feira, 24, agentes da Polícia Federal (PF) foram às ruas para cumprir novas diligências, pois as investigações apontam o envolvimento de servidores da Caixa Econômica Federal.

O caso

O desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Elci Simões, e o juiz da Vara de Presidente Figueiredo, Jean Carlos Pimentel, foram afastados por suspeitas de fraude em decisões. Os magistrados determinaram que a Eletrobras efetuasse o pagamento de R$ 150 milhões a Bruno Eduardo Thomé de Souza por títulos emitidos na década de 1970.

Mais fraude

Após o recebimento dos valores, os beneficiários se dirigiram até a agência da Caixa localizada na Avenida André Araújo, no bairro Aleixo, em frente ao Fórum Henoch Reis, para tentar sacar a quantia milionária. O que mais chama a atenção é o horário em que as operações foram realizadas.

O atendimento presencial na agência é de 9h às 15h, entretanto os envolvidos iniciaram as transações por volta das 17h estendendo-se até as 20h. A movimentação financeira fora do horário comercial chamou a atenção do Banco Central que, ao identificar transações de volume elevado em um período atípico, interveio e bloqueou. Movimentações desse porte fora do expediente bancário são consideradas anormais e geralmente indicam possíveis irregularidades.

Além disso, dois fatores indicam que tudo foi premeditado. Cerca de três funcionários trabalharam foram do expediente para atuar na liberação dos saques, o que reforça a hipótese de colaboração interna. E as contas dos beneficiários tinham menos de dois meses de existência.

Os servidores envolvidos não só agiram de maneira imprudente, como subestimaram mecanismos de controle do Bacen e da própria Caixa Econômica. A Polícia Federal já obteve imagens de monitoramento que identificam os envolvidos no momento em que as transações eram realizadas.

Apesar do plano elaborado, o prejuízo não foi maior graças à rápida intervenção dos órgãos de controle. Dos R$ 150 milhões previstos, apenas R$ 2 milhões foram efetivamente movimentados, a quantia foi distribuída entre terceiros em uma tentativa de dificultar o rastreamento do dinheiro.

As investigações continuam em ritmo acelerado, e os responsáveis vão responder por crimes federais.

Thaise Rocha, para o Portal O Poder
Ilustração: Neto Ribeiro

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