maio 2, 2025 21:17

PF aponta ‘laranjal’ em sete entidades que faturaram R$ 1,7 bilhão com fraudes

A Polícia Federal (PF) fez um levantamento de todas as entidades da farra do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sobre as quais recaem suspeitas de que seus dirigentes sejam apenas laranjas de empresários que faturam com os descontos indevidos sobre aposentados. Pelo menos sete associações que faturaram R$ 1,7 bilhão desde que firmaram acordos de cooperação técnica com o órgão estão nessa lista.

Entre os dirigentes dessas associações, há beneficiários do programa Bolsa Família, aposentados de quase 90 anos com renda familiar de R$ 1,3 mil, parentes e até uma faxineira de empresa que recebeu milhões de reais de associações do esquema. Essa relação entre laranjas e empresários foi revelada pelo Metrópoles ao longo da série de reportagens Farra do INSS.

Como comprovaram as investigações, o bilionário esquema de fraude nos descontos de mensalidade sobre aposentados, além de ter lesado milhões de brasileiros nos últimos anos, impactou “direta e negativamente” a fila de espera de benefícios em todo o país e causou prejuízo operacional de R$ 5,9 milhões ao próprio INSS.

Os aposentados que aparecem como dirigentes formais dessas entidades, não raro, deram procuração para que empresários e mesmo o lobista Antonio Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, atuassem por elas. Há suspeita de que parte dessas associações tenha pago propina a dirigentes do órgão.

Uma dessas entidades é a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB), que firmou seu acordo de cooperação técnica em 2021, com o então diretor José Carlos de Oliveira (PSD), que viria depois a ser ministro da Previdência do governo Jair Bolsonaro (PL). Desde então, já faturou R$ 168 milhões. À época, a entidade era dirigida por Raimunda da Cunha, que tinha 81 anos.

Faxineira na diretoria

Apontado como pagador de R$ 12 milhões ao “Careca do INSS”, o trio de entidades Ambec, Unsbras (hoje, Unabrasil) e Cebap tem como diretores parentes e até funcionários de empresas ligadas ao empresário Maurício Camisotti. Uma delas, como já mostrou o Metrópoles, é registrada como faxineira de uma das empresas.

Ambec, Cebap e Unsbras foram credenciadas junto ao INSS, respectivamente, por José Carlos de Oliveira, ex-ministro de Bolsonaro, Edson Yamada, próximo de Oliveira, e André Fidelis, no governo Lula, entre os anos de 2021 e 2023. Juntas, faturaram R$ 852 milhões desde que foram aceitas pelo órgão.

 

 

Com informações do Metrópoles

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