Nesta quarta-feira, 7, o jornalista Valdo Cruz, comentarista de política da GloboNews, divulgou a informação de que, após a oposição do governo adiar o protocolo de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), também chamada de “CPMI do INSS”, os líderes da base do governo já estão preparando um dossiê ligando o ex-presidente, Jair Bolsonaro, a descontos fraudados.
Segundo informações levantadas por técnicos e líderes governistas, a gestão de Bolsonaro permitiu que as associações fizessem as validações dos descontos, deixando que essa checagem ficasse para 2023, mantendo as fraudes no sistema dos benefícios de aposentados e pensionistas.
O dossiê já tem inclusive um organograma conectando assessores do governo Bolsonaro da Secretaria de Previdência Social à criação de associações que hoje estão sob investigação da Polícia Federal.
Segundo os dados levantados, assessores da Secretaria de Previdência e do INSS facilitaram a criação de entidades como a Associação dos Aposentados Mutualistas para os Benefícios Coletivos (Ambec), que é apontada como uma das que praticavam fraudes nos descontos de contribuição.
O dossiê seria usado numa eventual CPMI do INSS, mas o governo espera conseguir evitar a sua instalação retirando nomes de deputados que já assinaram o documento. Caso não consiga retirar o apoio de deputados governistas, aí o funcionamento da comissão é dado como certo, porque há precedentes de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinando a instalação de CPI como direito da minoria no Legislativo.
A oposição rebate as informações de que o governo Bolsonaro barrou a validação dos descontos. Segundo líderes da oposição, a suspensão da validação durante o governo anterior foi patrocinada a partir de emenda apresentada por deputados do PDT e do PSB, a pedidos de confederações de trabalhadores.
A aprovação da medida, porém, contou com o amplo apoio de deputados e senadores apoiadores do ex-presidente Bolsonaro durante a votação da MP 871, que prometia combater fraudes em benefícios previdenciários.
Com informações de G1
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