O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou na segunda-feira, 30, um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para que documentos envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fossem juntados à ação da tentativa de golpe (entenda mais abaixo).
Moraes indeferiu o pedido sob argumento de que não vai admitir “tumulto processual” com o objetivo de atrasar o transcorrer do processo.
“Conforme já ressaltado inúmeras vezes, não será admitido tumulto processual e pedidos que pretendam procrastinar o processo. O curso da ação penal seguirá normalmente, e a Corte analisará as questões trazidas no momento adequado”, afirmou Moraes.
Os advogados de Bolsonaro tentam invalidar a delação premiada de Mauro Cid. Segundo deles, o tenente-coronel teria ferido um dos termos do acordo ao divulgar informações sigilosas sobre o que foi dito aos investigadores, em um perfil falso em rede social. À PF, o ex-ajudante de ordens negou essas afirmações.
Na prática, a defesa de Bolsonaro solicitou que informações prestadas por Cid no inquérito envolvendo a delação fossem juntadas a um outro inquérito, o da trama golpista.
O inquérito que envolve a deleção foi aberto no STF para investigar a atuação do ex-assessor da Presidência da República Marcelo Câmara e do advogado Luiz Eduardo Kuntz — que defende Câmara — na tentativa de acessar informações da colaboração premiada de Cid.
Delator da trama golpista, Mauro Cid afirmou, em depoimento à PF, que não criou o citado perfil Gabrielar702 e que também não sabe quem teria criado. Ele negou ter tratado do acordo de colaboração premiada com o advogado Eduardo Kuntz.
Alegações finais
A defesa do ex-presidente também pediu ao Supremo que a Corte desse ciência do novo pedido (de juntar a documentação) à Procuradoria-Geral da República (PGR) antes da apresentação das alegações finais, o que foi negado integralmente por Moraes.
A ação penal envolvendo a trama golpista para manter o ex-presidente no poder mesmo após derrota nas urnas está na fase final no STF.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, encerou a chamada fase de instrução processual e determinou a abertura das alegações finais, etapa em que as partes — acusação e defesas — podem apresentar as últimas considerações antes do julgamento.
Da Redação com informações de G1
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