A cobrança feita pela família Bolsonaro para que a cúpula do Congresso avance com pautas como o impeachment de ministros do Supremo e a anistia ao 8 de Janeiro não deve surtir efeito.
No fim da semana passada, Eduardo e Flávio Bolsonaro subiram o tom contra Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente. Eduardo disse que os dois podem ser sancionados pelo governo norte-americano, como já aconteceu com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que tiveram vistos suspensos ao país.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que Alcolumbre tem “obrigação” de dar seguimento ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, principal alvo dos ataques bolsonaristas pela condução dos inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alcolumbre e Motta não quiseram responder. A interlocutores, avaliaram que qualquer tipo de comentário daria o “palco” que Eduardo quer. Na semana passada, Motta já contrariou o desejo da família Bolsonaro ao impedir a realizações de comissões durante o recesso parlamentar e também não dá sinais de que colocará a anistia em pauta.
No caso de Alcolumbre, que como presidente do Senado é quem decide sobre a abertura ou não de um processo de impeachment, a posição contra a pauta bolsonarista é ainda mais clara: “Só vai criar mais conflitos”, costuma dizer.
Um processo de impeachment de um ministro do STF num país dividido vai causar problema para 200 milhões de brasileiros. Não é a solução”, disse o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em fevereiro.
Apesar de a fala ter acontecido no início do ano, Alcolumbre diz aos pares no Senado que continua pensando da mesma forma e que não cederá a nenhum tipo de pressão.
“Eu acho que o presidente Davi Alcolumbre tem que cumprir com a sua obrigação de presidente do Senado e dar prosseguimento aos pedidos de impeachment, que têm um fundamento jurídico muito claro, muito óbvio, muito objetivo”, falou o senador Flávio Bolsonaro à CNN Brasil.
62 pedidos na gaveta
Moraes é o campeão de pedidos de impeachment protocolados no Senado, mas não é o único alvo. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, também é um dos focos da oposição.
Dos 62 pedidos de impeachment na gaveta de Alcolumbre, 28 pedem o afastamento de Moraes; e 17 querem tirar do cargo o presidente Barroso.
Ainda há mais seis pedidos contra Gilmar Mendes; três contra Dias Toffoli e Cármen Lucia; dois contra Flávio Dino e Edson Fachin, que será o próximo presidente da Corte, a partir de setembro.
Já o ministro Luiz Fux, que recentemente divergiu de decisão de Moraes (referendada pelos pares) sobre a tornozeleira eletrônica em Bolsonaro, tem um pedido de impeachment na gaveta do presidente do Senado.
Da Redação com informações de UOL
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