O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um Procedimento Administrativo para investigar uma denúncia de invasão garimpeira na Aldeia Jarinal, localizada na Terra Indígena Vale do Javari. A decisão foi formalizada por meio da Portaria nº 23/2025, publicada nesta segunda-feira, 28.
De acordo com relatos, os garimpeiros entraram na aldeia utilizando-se de coação e proferindo ameaças de morte contra os indígenas. O procedimento vai acompanhar a instauração do inquérito policial para apurar os fatos e fiscalizar as medidas adotadas pelas autoridades. O prazo para a conclusão da investigação foi fixado em um ano.
O Procurador da República, Gustavo Galvão Borner, assina a portaria que está vinculada à 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF.
Operação Kampô
No intuito de combater a mineração ilegal no município de Jutaí, a Polícia Federal, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) estão realizando a operação Kampô. Dentre os impactos ambientais identificados, destaca-se a degradação da calha do rio Jutaí e de seus afluentes, assoreamento, lançamento de sedimentos e rejeitos contaminados por mercúrio, substância tóxica utilizada no processo de extração de ouro.
Até o momento, foram apreendidos diversos equipamentos empregados na lavra ilegal, como 16 dragas, 4 mil litros de combustível, 5 rebocadores, 2 embarcações regionais, 6 voadeiras, frascos de mercúrio, 4 motores de popa, 3 inversores, carregador de bateria e 2 redes de comunicação (Starlink). Além disso, foram coletados documentos e registros que poderão subsidiar futuras investigações criminais voltadas à identificação dos responsáveis pela atividade ilícita e à responsabilização penal, civil e ambiental.
Durante a operação, que segue os protocolos de manejo da fauna, o Instituto de Meio Ambiente da Biodiversidade (IMBio) realizou a soltura de diversos espécimes da fauna silvestre, incluindo 4 tracajás, 2 tartarugas centenárias e um exemplar de iaçá. Os animais haviam sido encontrados em posse de garimpeiros e pertencem a espécies classificadas como ameaçadas de extinção, conforme listas oficiais de conservação.
Da Redação
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