A ‘Operação Expertise’ foi deflagrada nesta terça-feira, 2, para investigar fraude em licitações e contratos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Cinco pessoas foram presas e 17 são alvo de mandados de busca e apreensão em Belém e Marituba.
A investigação da Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), aponta desvios em contratos da Saúde e Educação do Pará que somam R$ 198 milhões. Um dos endereços onde a PF cumpriu mandado foi a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).
A Operação Expertise apura um esquema fraudulento de direcionamento de licitações, lavagem de dinheiro e empresas de fachada financiadas com verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e do Fundo Nacional de Saúde (FNS).
A PF apura quanto foi desviado. A suspeita é que os recursos eram sacados em espécie e redistribuídos entre os envolvidos. Um dos mandados foi cumprido na sede da Assembleia Legislativa do Pará. Dinheiro, joias e equipamentos eletrônicos foram apreendidos. A PF apreendeu dezenas de notas de R$ 200 e de outros valores, joias e equipamentos eletrônicos.
Alvos da operação
Dos 17 investigados, estão Fabricio Buarque Corrêa, assessor lotado no gabinete do presidente da Alepa, deputado Chicão (MDB), e Sandro Rogerio Nogueira Sousa Matos, servidor da Casa Legislativa. Embaixo da cama dele, a Polícia Federal encontrou uma mala com quase R$ 200 mil.
Entre os locais onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão está a Assembleia Legislativa do Pará, a Secretaria de Educação de Marituba, empresas e residências. Além das prisões, seis servidores públicos foram afastados de suas funções. A PF não detalhou de quais órgãos eles são.
Do material apreendido, foram encontrados:
- R$ 881.000,00 entre moedas nacionais e estrangeiras;
- 31 carros, alguns deles importados, mas não foi especificado quantos
- 88 peças de joias;
- sete relógios de luxo.
Início das investigações
A investigação começou em abril de 2024 e aponta desvios em contratos da Saúde e Educação do Pará que somam R$ 198 milhões. A PF apura quanto foi desviado, mas já pediu bloqueio de ativos no montante de até R$ 198 milhões, além do afastamento de sigilo bancário e fiscal dos 17 investigados e suspensão, por tempo indeterminado, das atividades econômicas de quatro empresas investigadas.
Foram analisados alguns contratos do período entre 2018 e 2024. A investigação segue em andamento e apura a atuação de organização voltada ao cometimento de crimes contra a Administração Pública e à lavagem de dinheiro. Em nota, a Alepa informou que o fato foi isolado e as investigações correm em segredo de justiça.
Já a Prefeitura de Marituba informou que a investigação visa somente um prestador de serviço que mantém contrato com vários órgãos públicos municipais e estaduais, que a secretaria está colaborando com as investigações e fornecendo as informações necessárias para maior esclarecimento.
Com informações de G1 Pará