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Uma fala polêmica repercutiu nas redes sociais, a nível nacional, de tão absurda que foi. Se não bastassem as expressões estarrecedoras usadas, a perplexidade maior é saber onde foi pronunciada e por quem. Em uma Casa Legislativa, que requer decoro, a vereadora de Borba, Elizabeth Maciel (Republicanos), mais conhecida como ‘Betinha’, uma mulher e representante do povo, afirmou que é a “favor da violência contra mulher” ” e tem mulher que merece apanhar”.
As palavras proferidas na sessão plenária viralizaram e causaram repúdio, em escala regional e nacional. Em defesa do colega Pedro Paz, acusado de gesto agressivo contra a vereadora Jéssica, Betinha tentou relativizar a lei de proteção às mulheres e acabou normalizando a violência de gênero, um dos problemas sociais mais graves e persistentes do Brasil.
Diante da enxurrada de críticas, Betinha publicou uma retratação nas redes sociais, claramente lendo um texto preparado, pedindo desculpas. No entanto, soou protocolar e tardio: veio um dia após o discurso e principalmente depois da repercussão negativa.
A resposta institucional também expôs contradições. A presidente da Câmara, Tatiana Guedes, e outros vereadores também só se manifestaram um dia depois. Em nota de repúdio, a Procuradoria da Mulher reforçou o compromisso com a igualdade e a proteção feminina, mas o silêncio inicial dos pares da vereadora deixou transparecer conivência.
O caso é simbólico não apenas pela gravidade da fala, mas por revelar o quanto ainda é preciso avançar para que a violência contra a mulher seja compreendida como intolerável em todas as esferas, inclusive na política. Quando uma representante eleita ocupa a tribuna para normalizar agressões, ela não apenas agride a dignidade das mulheres, mas compromete a credibilidade do parlamento.
Da Redação