O governo Lula começou a acelerar o pagamento de emendas de comissão, modalidade que estava travada e concentrava as principais reclamações dos parlamentares. O pagamento ocorre após diversas cobranças do Congresso.
Dados atualizados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop) mostram que o valor pago saltou de R$ 391 milhões na sexta-feira para R$ 1,013 bilhão nesta segunda-feira — um aumento de 159% em três dias.
O movimento ocorre após uma escalada de insatisfações no Legislativo. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), levou pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva as queixas de deputados e senadores sobre o atraso na execução das emendas e cobrou um calendário claro de liberações.
A avaliação entre congressistas é que o Palácio do Planalto reagiu às críticas para tentar conter o desgaste político e reduzir resistências à votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, adiada mais uma vez na semana passada.
As execuções das emendas são lentas por conta da dificuldade fiscal do governo. O Planalto tenta equilibrar as contas depois do fracasso de ampliar taxações sobre apostas e aplicações financeiras.
O impacto levou o Executivo a solicitar mais tempo para ajustar o texto da LDO e discutir novos cortes de despesas e desonerações. No total, as emendas parlamentares de 2025 somam R$ 50,3 bilhões, dos quais R$ 30,7 bilhões foram empenhados (61%) e R$ 18,1 bilhões pagos (36%). A verba está distribuída entre emendas individuais, de bancada estadual e de comissão. Proporcionalmente, as emendas individuais tiveram o maior montante liberado, 59%, enquanto as de comissão, só 9%.
Com informações de O Globo
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