dezembro 4, 2025 12:00

Entenda por que filho de Lula pode ser convocado para CPMI do INSS

A CPMI do INSS deve votar nesta quinta-feira, 4, o requerimento para a convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afim de prestar esclarecimentos na comissão.

Na última terça, 2, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI afirmou que o pedido, feito pelo Partido Novo, seria incluído na pauta do dia.

Ao anunciar a colocação da matéria na pauta, Viana escreveu na rede social X (antigo Twitter) que “cada requerimento será votado individualmente, para que o Brasil veja, com total transparência, como cada parlamentar votou”.

No pedido apresentado pelo Novo, o partido sustenta que há indícios financeiros que apontam uma possível conexão entre operadores da chamada “Farra do INSS” e pessoas próximas ao presidente da República, incluindo Lulinha.

A legenda ainda citou o caso de Ricardo Bimbo, dirigente do PT, que teria recebido mais de R$ 8,4 milhões de uma empresa envolvida no esquema e, no mesmo período, pagou um boleto ao contador de Lulinha. Esse contador é investigado na Operação Fim da Linha por suspeita de lavagem de dinheiro, segundo afirma o requerimento do Novo.

O pedido é assinado pelos deputados Marcel van Hattem (Novo-RS), Eduardo Girão (Novo-CE), Adriana Ventura (Novo-SP) e Luiz Lima (Novo-RJ). Eles defendem que a CPMI investigue todas as conexões políticas e financeiras “sem blindagens” e afirmam que ouvir Lulinha é essencial para esclarecer eventual uso de sua estrutura contábil ou possível ligação indireta com o esquema.

Comissão já rejeitou convocação de irmão de Lula

Em outubro, os parlamentares governistas rejeitaram a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula, e tio de Lulinha. Ele foi vice-presidente do Sindnapi, entidade investigada no esquema bilionário de fraudes, mas não é alvo das apurações da Polícia Federal.

A base também barrou pedidos de quebra do sigilo do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi ao garantir a retirada de pauta dos requerimentos, por acordo. O político era o titular do ministério quando o esquema de fraude em benefícios de aposentados e pensionistas foi revelado, em abril.

A CPMI

Instalada em 20 de agosto, a CPMI mira investigar as fraudes em descontos associativos de aposentados e pensionistas do INSS. O caso foi revelado em abril após investigação da PF (Polícia Federal) e da CGU (Controladoria-Geral da União). O colegiado tem prazo inicial de funcionamento até março de 2026, com possibilidade de prorrogação.

Na CPMI, a oposição busca responsabilizar o governo pelo crescimento dos descontos ilegais nos últimos anos, enquanto aliados do governo defendem que o esquema de fraudes ocorre, pelo menos, desde 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Tradicionalmente um instrumento da minoria, as comissões de inquérito também são usadas por oposicionistas para desgastar o Executivo. O grupo, no entanto, teme repetir o caso da CPMI do 8 de Janeiro, que foi apoiada pela oposição, mas terminou com repercussão negativa para bolsonaristas.

Na instalação da CPMI do INSS, o governo atuou para garantir maioria na composição — indicando parlamentares que sequer assinaram a criação da comissão —, mas sofreu revés no comando do colegiado.

Contrariando os planos do Planalto, o senador Omar Aziz (PSD-AM) perdeu no voto o comando da presidência para Carlos Viana. Como presidente, Viana descartou o nome do relator inicialmente anunciado, o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), e designou para a função o deputado Alfredo Gaspar.

“Aqui dentro desta CPMI, a verdade não tem dono. Aqui ninguém é intocável. Nem amigo, nem aliado, nem adversário, nem parente de gente importante. Quem deve tem de responder”, afirmou Viana na última reunião da CPMI.

 

Da Redação com informações de CNN Brasil 

Foto: Divulgação

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