O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investigará se servidores do Judiciário e magistrados participaram dos atos extremistas do 8 de Janeiro. O corregedor do órgão, ministro Luis Felipe Salomão, tomou a decisão nesta terça-feira, 12, depois de receber informações sobre o suposto envolvimento de integrantes da Justiça nos atos.
“É importante investigar a participação de servidores ou membros do Poder Judiciário tanto nas lamentáveis depredações do dia 08 de janeiro quanto nos períodos anteriores”, argumentou Salomão na decisão.
O corregedor também pede que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), compartilhe informações sobre a suposta participação de magistrados nos atos de vandalismo contra os Três Poderes.
“Oficie-se ao ministro Alexandre de Moraes para que sejam encaminhadas a esta Corregedoria informações acerca da presença de servidores ou membros do Poder Judiciário em procedimentos investigativos ou ações penais em curso, que tenham como objeto os episódios acima narrados”, diz o despacho
Segundo a decisão, quase todos os envolvidos nos “atos de execução da barbárie criminosa” já se encontram denunciados pela Procuradoria-Geral da República, com peças recebidas pelo plenário do STF e, alguns deles, com julgamento de mérito iniciado.
Primeiros julgamentos
A ministra Rosa Weber, presidente do STF, marcou duas sessões extras para as manhãs de quarta-feira, 13 e quinta, 14, para julgar as primeiras ações penais contra réus envolvidos nos atos do 8 de Janeiro. Os réus respondem pela prática de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Os primeiros réus julgados pela Corte são Aécio Lúcio Costa Pereira; Matheus Lima de Carvalho Lázaro; Moacir José dos Santos; e Thiago de Assis Mathar.
Com informações do Poder 360
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