Conversamos com Hugo Nery, presidente da Marquise Ambiental, uma das maiores do país no segmento de gestão de resíduos, para explicar sobre como funciona um Centro de Tratamento e Transformação de Resíduos e porque esse tipo de equipamento ajuda a proteger o meio ambiente.
1 – Por que os Centros de Tratamento e Transformação de Resíduos são mais modernos que os aterros convencionais?
Esse tipo de equipamento é um avanço dos aterros sanitários. Ele já é projetado para evitar todos os problemas que lixões e aterros controlados têm, com tratamento adequado dos resíduos e uso de tecnologias já aplicadas e aprovadas em outros países.
São projetos de engenharia dentre as melhores e mais seguras no mundo para a total proteção ambiental.
2 – Quais são essas tecnologias?
São sistemas de proteção ambiental com absoluta impermeabilização de todas as superfícies que possam estar em contato com os resíduos e seus subprodutos líquidos e gasosos, através de argila compactada e mantas sintéticas de PEAD bi texturizadas de 2mm de espessura ensaiadas em laboratórios credenciados, garantindo que não haja qualquer fuga de chorume para abaixo da base, resguardando tanto o solo como o lençol freático.
Além disso, os resíduos são compactados e totalmente cobertos, de forma ininterrupta e contínua, não deixando que os mesmos fiquem expostos e, com isso, evitando a emissão de odores que se constituam fonte de alimentos para quaisquer vetores oportunistas, como aves, fundamental medida de controle à segurança aeroportuária.
O confinamento seguro dos resíduos também passa pela captação e drenagem de todos os efluentes gerados pela biodigestão ao longo do tempo, o chorume para tratamento totalmente seguro por meio da técnica de osmose reversa, entre outras, retirando os compostos e devolvendo água limpa para reuso, e o gás para energia, evitando emissões nocivas ao meio ambiente como fonte de energia limpa e renovável.
O líquido resultante da Osmose é uma água desmineralizada, livre de qualquer componente nocivo ao meio ambiente. Ele pode ser utilizado para irrigar vias de acessos internos e externos ao equipamento, bem como pode ser utilizada para lavagem de veículos utilizados na operação CTTR.
O biogás a ser produzido pela decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos é captado e transformado em energia, reduzindo-se em 27 vezes os efeitos dos gases do efeito estufa. Aliado a isso, o metano pode ser encaminhado para beneficiamento e ser transformado em biometano, um combustível ecologicamente correto que pode ser utilizado em veículos e até mesmo em substituição aos combustíveis fósseis em motores para a geração de energia.
3 – Há riscos para os igarapés e o meio ambiente?
O Centro de Tratamento e Transformação de Resíduos foi construído seguindo todas as regras e normas legais e ambientais vigentes. Essas tecnologias que explicamos acima são medidas que protegem o meio ambiente.
Antes da construção do CTTR, foram feitos diversos estudos que basearam todas as ações no processo construtivo, desde estudos hidrológicos e monitoramento da água, até mesmo a remediação de área degradada anteriormente por extração irregular do solo.
4 – Que benefícios o CTTR trata para Manaus e região metropolitana?
A região contará com um equipamento moderno, inovador, com as tecnologias mais avançadas no que se refere ao tratamento e transformação de resíduos. Isso garante a proteção dos igarapés não só na etapa de construção, como no uso para tratamento dos resíduos gerados pela cidade de Manaus e outras cidades próximas.
Além do aspecto ambiental, não podemos desconsiderar os benefícios econômicos. A operação do equipamento resultará na geração de empregos diretos e indiretos e, consequentemente, renda para o município.
Somado a tudo isso, a transformação do biogás em biometano pode beneficiar indústrias da Zona Franca de Manaus, que hoje consomem mais de 170 mil metros cúbicos por dia. Para se ter uma ideia, o Centro de Tratamento e Transformação de Resíduos de Manaus tem capacidade de gerar de 60 a 90 mil metros cúbicos de biometano por dia, que poderá abastecer essas indústrias com combustível mais limpo e sustentável, deixando de emitir cerca de 300 mil toneladas equivalentes de co2.
Da Redação com informações da assessoria de imprensa
Foto: Hugo Nery