maio 7, 2025 09:42

Sub judice, eleição do Crea é marcada por batalha judicial

As Eleições Gerais do Sistema Confea/Crea e Mútua, marcadas para esta sexta-feira, 17, via internet de 8h às 19h, (horário de Brasília), está sub judice e pode ser suspensa a qualquer momento. Caso ocorra, há risco de ser anulada se as denúncias de irregularidades no pleito deste ano, no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM).

A afirmação é do advogado Rodrigo Ramos, representante da chapa “Crea Para Todos”. O profissional confirmou, com exclusividade ao Portal O Poder, nesta quinta-feira, 16, que entrou com uma Ação Ordinária na Justiça Federal para pedir a liminar de suspensão da eleição, além de acionar a Policia Federal.

“São coisas distintas porque a responsabilidade criminal deve ser apurada por meio de um inquérito policial, então entramos com uma denúncia no Ministério Público Federal e uma Notícia Crime na Polícia Federal. Já na terça-feira, véspera do feriado, eu entrei com uma Ação Ordinária na Justiça federal, no plantão civil, pedindo uma tutela antecipada a liminar de suspensão da eleição e de outros pedidos”, enfatizou.

O advogado afirmou, ainda, que recebeu inúmeras denúncias de irregularidades no Crea-AM e, por conta disso, formalizou a denúncia no MPF.  Segundo o advogado, desde a eleição anterior ocorreram denúncias graves.

“Houve baixas de boletos de profissionais, ou seja, os profissionais não estavam pagando os boletos e se tornavam adimplentes para votar. Isso é uma prática que ocorreu na eleição de 2020 e que acreditamos que está ocorrendo agora. Isso tudo já é objeto de um inquérito na Polícia Federal, que está em andamento”, afirmou.

Novas irregularidades

Rodrigado Ramos denunciou, ainda, que em apenas alguns meses deste ano foram gastos mais de R$ 1,5 milhão somente com diárias. “Em nove meses foram gastos R$ 1,5 milhão só em diárias para funcionários e colaboradores que nem mesmo atuam no Crea, mas receberam mais de R$ 1 milhão para viagens ao interior. Muitas dessas diárias são destinadas para a candidata Alzira Miranda, apoiada pela gestão atual. Isso foi levantado dentro dessas denúncias e também nessa Ação”, informou.

Curso de Segurança do Trabalho

Ainda de acordo com o delegado, entre as irregularidades está também a criação de um curso de Segurança do Trabalho para que mais profissionais fossem habilitados para votar na chapa apoiada pela atual gestão. “O técnico de Segurança do Trabalho é o único curso de nível técnico que vota nas eleições do Crea. Acreditamos que não teria tempo hábil para realização desse curso, que tem a duração, conforme anunciado pela própria instituição, o Iemac, de 18 meses. E não há nada no site que comprove efetivamente que esses cursos ocorreram. Esse curso provavelmente não ocorreu e foram dados diplomas para vários profissionais que estão hoje aptos a votar na eleição do Crea”, alfinetou.

Rodrigo Ramos disse, ainda, que entre esses profissionais o que é estranho é que vários são funcionários do Crea. “Existem funcionários do Crea, que ganham entre R$ 15 mil, R$ 19 mil e R$ 20 mil, concursados há 20 anos que, estranhamente, esse ano se tornaram técnicos em Segurança do Trabalho. Fazendo uma consulta nessas inscrições, vários funcionários e parentes dos funcionários entre filhos, irmãos e mães de colaboradores, viraram técnicos de Segurança do Trabalho. Até o dono do Iemac e o filho viraram Técnicos de Segurança do Trabalho e estão inscritos no Crea para a votação deste ano”, afirmou.

Cadastro irregular

A votação que vai definir a nova diretoria do Crea será toda pela internet, via e-mail, das 8h às 19h (horário de Brasília). Na avaliação do advogado Rodrigo Ramos, nesse segmento de votação também poderão ocorrer irregularidades.

“Com as denúncias que recebemos, fomos verificar os cadastros desses profissionais e dez estão cadastrados no Crea com o mesmo e-mail. Ou seja, as eleições desse ano vão ser pela internet. Se existem dez profissionais diferentes cadastrados com o mesmo e-mail, um só e-mail vai receber dez links. O fato é, no mínimo, estranho, porque uma pessoa só vai poder votar dez vezes”, denunciou.

 

 

Da Redação

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