agosto 27, 2025 17:35

Em vez de assumir falhas da Semed, secretário culpa VAAR e alunos por perda de recurso

Em entrevista ao programa Podmais da Onda Digital, dessa terça-feira, 26, o titular da Secretaria Municipal de Educação de Manaus, professor Júnior Mar, comentou sobre o não recebimento do Valor Aluno Ano Resultado (VAAR), estipulado em R$ 50 milhões, pela Pasta neste ano de 2025 e em 2026. 

O recurso é proveniente do Ministério da Educação (MEC) e é uma componente do Fundeb.  Segundo o titular, Manaus está entre as 22 capitais que não foram contempladas com o recurso do VAAR.

“Imagina se tu tens uma sala de aula com 27 estudantes e 22 reprovam. A gente tem um problema aí: ou o professor não sabe ensinar ou a avaliação foi meio complexa e não esteve ao alcance do estudante. Foi isso que aconteceu com o VAAR”, disse, atenuando a responsabilidade da Semed no caso. 

Mar admite que Manaus é a terceira maior rede de educação municipal do Brasil e a que mais cresceu no último IDEB. Portanto, os resultados na metodologia do VAAR deveriam seguir aos outros, o que não aconteceu. “É uma metodologia nova, já aplicada em todo Brasil. Essa avaliação está sendo questionada nacionalmente”, informou.

Para secretário, alunos da rede pública municipal não estavam preparados

Ao explicar sobre as exigências para o recebimento e o índice que Manaus deveria atingir, Júnior Mar criticou o MEC e até parlamentares, além de falar que os alunos não estavam preparados para o questionários socioeconômico.

“Manaus não atingiu a condicionalidade 3, que é a equidade. Tem que reduzir a diferença de aprendizagem racial e entre pobres e não pobres, a socioeconômica. Tem menino que tem vergonha de dizer quantos banheiros tem em casa. Não treinamos nossos estudantes para essa informação e aí, 22 capitais deixaram de receber o VAAR”, admitiu. 

Diminuir diferenças é uma responsabilidade da gestão municipal em suas várias vertentes. A Educação deve atuar para reduzir as diferenças raciais e socioeconômicas entre os alunos porque a escola pública tem a missão de garantir acesso, permanência e qualidade de ensino a todos, sem discriminação. Crianças negras e de famílias em situação de vulnerabilidade enfrentam barreiras extras, como falta de acesso a materiais, transporte, alimentação adequada e oportunidades de reforço escolar. Se essas desigualdades não forem corrigidas, a escola reproduz as exclusões que já existem na sociedade, em vez de combatê-las. Ao adotar políticas de equidade, a gestão municipal promove melhores condições de aprendizagem, fortalece a cidadania, valoriza a diversidade e contribui para a quebra de ciclos de pobreza e exclusão social. Por isso, é importante que o MEC vincule o recebimento de recurso a essas questões, é uma forma de “obrigar” a melhoria de qualidade, não somente no ensino, mas social dos alunos das redes públicas. 

Júnior Mar criticou o rigor alto do MEC para capitais

Outro ponto levantado pelo gestor é que a capital só tinha 1% de margem de erro, enquanto os municípios do interior pequeno tem 15%. Nesse quesito, Manaus bateu 2% e uma das críticas é para que se aumente esse índice que, na visão do secretário, é rigoroso. Mar não levou em consideração a gritante diferença de estrutura oferecida na capital e no interior e os desafios geográficos que o Amazonas tem. 

Para o secretário, a rede municipal de Manaus está sendo penalizada com o não recebimento do VAAR. 

Veja:

 

Da Redação

Foto: Reprodução

 

Últimas Notícias

TCE-AM aceita denúncia contra ex-prefeito de Eirunepé, Raylan Alencar, por suspeitas de desvio de recursos federais

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) aceitou a denúncia contra o ex-prefeito de Eirunepé, Raylan Alencar,...

Mais artigos como este

error: Conteúdo protegido!!