A terceira fase da Operação Fake Agents, deflagrada nesta quinta-feira, 13, pela Polícia Federal, aponta que o esquema de desvio de FGTS atingiu jogadores de renome nacional e internacional, além de ex-atletas e treinadores.
Entre os investigados nas fases anteriores está a advogada Joana Prado, figura conhecida no meio esportivo e que ocupou cargos de destaque em clubes e entidades do futebol.
Segundo a PF, o grupo criminoso desviou cerca de R$ 7 milhões por meio de solicitações fraudulentas de saque do Fundo de Garantia, realizadas a partir de documentos falsificados e com apoio de funcionários da Caixa Econômica Federal. A advogada, que teria coordenado a operação, está com a carteira da OAB suspensa.
Quem é a advogada investigada
Joana Prado de Oliveira construiu carreira no futebol carioca. Trabalhou por 12 anos no Botafogo, ingressando em 2003 e chegando ao posto de diretora jurídica do clube em 2007.
Antes disso, foi auditora do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio e, atualmente, integra a Comissão de Direito Desportivo da OAB-RJ.
Sua influência no meio esportivo possibilitou a aproximação com atletas e treinadores, que hoje figuram como vítimas dos desvios.
Jogadores e ex-atletas lesados
De acordo com informações apuradas pela PF, ao menos cinco nomes de destaque tiveram valores retirados indevidamente de suas contas vinculadas ao FGTS:
- Paolo Guerrero, ex-Corinthians, Flamengo e Internacional
- Ramires Santos do Nascimento;
- Alejandro César Donati;
- Christian Chagas Tarouco;
- Raniel Santana de Vasconcelos;
- Gabriel Fernando de Jesus;
- Manuel Brito filho (Obina);
- Christian Alberto Cueva Bravo;
- João Robin Rojas Mendoza;
- Paulo Roberto Falcão.
Além deles, outros jogadores brasileiros e estrangeiros, cujos nomes não foram divulgados, também aparecem entre as vítimas identificadas na nova fase da investigação.

O treinador Oswaldo de Oliveira também constatou retiradas irregulares em seu FGTS e procurou as autoridades.
Como funcionava o esquema
A operação teve início após um banco privado detectar uma conta aberta com documentos falsos em nome de um jogador peruano. Pela conta fraudulenta, foram desviados R$ 2,2 milhões, apenas do jogador Paolo Guerrero.
A partir desse caso, os investigadores chegaram ao restante da estrutura: contas abertas de forma irregular, pedidos fraudulentos de saque e liberação facilitada em agências específicas da Caixa.
Agentes foram para a casa de 3 bancários, nos bairros da Tijuca, Ramos e Deodoro, e para uma agência da Caixa no Centro do Rio. Segundo a PF, eles mexeram nos benefícios desses profissionais:
Crimes investigados
Os envolvidos podem responder por falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa.
A investigação é conduzida pela Unidade de Investigações Sensíveis da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (UIS/Delefaz), com apoio da área de inteligência da Caixa.
Da Redação, com informações do Metrópoles e G1
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