novembro 17, 2025 13:52

COP30 começa 2ª semana com apenas 23% do financiamento necessário

A segunda semana da COP30 começa muito longe das metas financeiras estabelecidas pela presidência brasileira. Anúncios feitos nos últimos dias somam a promessa de US$ 300 bilhões. O valor representa apenas 23% do considerado necessário para a próxima década.

Em meio às grandes divergências sobre o financiamento climático entre ricos e pobres, governantes ainda não assinaram cheques em Belém. Assim, a mesa de negociação tem, basicamente, somente a contribuição de bancos multilaterais.

Dez grandes bancos de desenvolvimento aparecem como única fonte relevante de recursos na COP30. O valor prometido – que soma o equivalente a R$ 1,6 trilhão – foi costurado por uma dezena de instituições e deve ser alcançado em 2030 com a ajuda do capital privado.

Do valor prometido, US$ 185 bilhões serão destinados aos países em desenvolvimento – bloco em que estão as florestas tropicais. Para essas nações, bancos multilaterais preveem US$ 120 bilhões vindos diretamente de dez instituições.

Entre eles, estão o Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco dos Brics, Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, Banco de Desenvolvimento da Ásia, Banco de Desenvolvimento da África e o Banco Europeu de Investimento.

O restante dos recursos aos países em desenvolvimento – estimados em US$ 65 bilhões – deverão vir de investidores privados em operações estruturadas por essas instituições de desenvolvimento.

O grupo também prometeu outros US$ 115 bilhões para nações ricas. Desse valor, US$ 50 bilhões deverão vir diretamente do caixa dos bancos e outros US$ 65 bilhões deverão ser captados no mercado privado.

Capital privado e criatividade

A atração do capital privado tem sido feita com o uso de novos instrumentos financeiros por essas instituições multilaterais.

Nessas operações, vários casos foram apresentados em Belém, como títulos de dívida de adaptação climática, certificados sustentáveis compatíveis com a Sharia (que segue princípios muçulmanos) pelo Banco Islâmico de Desenvolvimento, além de novos instrumentos de garantia e mitigação de risco financeiro.

No esforço para a agenda da transição verde, os bancos multilaterais destacam que os recursos são essenciais, mas não é apenas isso. Em Belém, essas instituições bateram na tecla de que é preciso ter inteligência e foco no direcionamento dos recursos.

Defenderam que, com dinheiro disponível atualmente, é preciso escolher quem receberá primeiro os recursos. Assim, sugerem que populações e áreas mais vulneráveis devem passar na frente. Um exemplo são os pequenos Estados insulares – como as ilhas Maldivas e Tuvalu – que enfrentam riscos existenciais com o aumento do nível do mar.

 

Da redação com informações de CNN Brasil

Foto: Divulgação

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