Uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, colocou em segredo de justiça o Inquérito n° 4707, que investiga a um esquema de pagamentos indevidos de recursos provindos da empresa JBS a congressistas pertencentes à agremiação partidária MDB. A ação é um desdobramento da operação Lava Jato e foi publicada nesta terça-feira, 14.
De acordo com as investigações, os pagamentos indevidos seriam para que se mantivesse a coesão interna entre os membros da sigla, salvaguardando-se, com isso, a aliança política com o Partido dos Trabalhadores (PT).
Esses supostos repasses teriam alcançado o montante aproximado de R$ 43.600.601,00, conforme apurado pelas investigações.
Com base nas declarações de colaboradores, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que os repasses dessas vantagens indevidas eram ajustados em prévios acertos entre Joesley Batista, ex-executivo da JBS, e Guido Mantega, Ministro da Fazenda à época dos fatos.
As investigações apontaram, ainda, que a repartição dos valores, destinados, em tese, pelo grupo empresarial JBS aos senadores da República pelo MDB Eduardo Braga (AM), Vital do Rego (PB), Jader Barbalho (PA), Eunício Oliveira (CE), Renan Calheiros (PE) e Valdir Raupp (RO), teria totalizado cerca de R$ 35 milhões.
Operação
Em novembro do ano passado, a Polícia Federal (PF) cumpriu uma série de mandados de busca e apreensão, além de medidas de sequestro de bens conta os investigados. Os senadores Eduardo Braga e Renan Calheiros foram intimados para prestar depoimento no âmbito da investigação.
Henderson Martins, para O Poder
Foto: Montagem