Um dia após a eleição para vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), para o biênio 2021/2022, ainda existe deputado que afirma “não conhecer os critérios para escolha de Carlinhos Bessa (PV)” para a cadeira na Mesa Diretora.
Apesar de se falar em “consenso” entre os deputados, o que se percebe no discurso dos parlamentares é um ambiente “esfumaçado”, em um “cenário com luzes apagadas”, que não se consegue ver “um palmo à frente”.
Talvez, pelo fato de o deputado Carlinho Bessa ser de primeiro mandato, não fazer parte de uma família de empresários, que é o caso de Roberto Cidade (PV), ou até mesmo por ter tido uma trajetória com pouco destaque, a exemplo dos colegas Wilker Barreto e Dermilson Chagas, ambos do Podemos, que optaram pela oposição. E, ainda, Alessandra Campêlo (MDB), que “vestiu a camisa” em defesa do Governo Wilson Lima (PSC) e acabou sendo “agraciada” com a pasta da Assistência Social (Seas).
Carlinhos conseguiu cadeira no Parlamento Estadual com ajuda do irmão, o ex-prefeito de Tefé, a 522 quilômetros de Manaus, Normando Bessa (PP), que saiu derrotado nas eleições do ano passado. Vale lembrar que Carlinhos Bessa é também sobrinho do ex-prefeito Hélio Bessa, que faleceu ano passado, vítima de infarto.
Critérios desconhecidos
Ao ser questionado pelo reportagem sobre qual teria o sido o critério para a escolha de Carlinhos Bessa, o deputado Serafim Corrêa (PSB) disse que “não sabia”. Porém, considerou Bessa “um bom nome” para ocupar o cargo na Mesa Diretora. “Imagino que os cinco pretendentes convergiram para o nome dele. Colega com livre trânsito junto a todos os colegas. Respeitoso e educado, merece o respeito de todos nós”, justificou.
Por sua vez, o presidente da Casa, Roberto Cidade, afirmou que a escolha demonstra o protagonismo do parlamento. Isso porque, depois de muito tempo, a Aleam elegeu o 1º vice-presidente da Mesa Diretora sem a imposição do Executivo.
“O PV é uma sigla forte. Até pouco tempo tinha três deputados aqui na Assembleia Legislativa. Agora, os dois representantes ocupam os principais cargos da Casa. Não vejo como um privilégio do PV, mas uma responsabilidade de ser, de fato, um partido que trabalha em prol dos anseios da população amazonense. Sobre ser o único candidato, ele (Bessa) foi o único que apresentou o nome para a disputa”, afirmou.
De acordo com fontes dos bastidores da Aleam, momentos antes da eleição, os deputados Fausto Júnior (PTB), Delegado Péricles (PSL), João Luiz (Republicanos) e Adjuto Afonso (PDT) desistiram de disputar o pleito. Na manhã desta quinta-feira, 25, Bessa dirigiu a maior parte dos trabalhos na sessão plenária ocupando a cadeira da presidência.
Consenso
Dermilson Chagas (Podemos) afirmou que a eleição de Bessa partiu de um consenso depois de conversas entre vários deputados, que convenceram os colegas que iriam disputar a eleição para vice-presidente.
“A escolha do Bessa passou a ser consensual depois de uma série de conversas. A partir do momento em que se acha o consenso, prevalece o entendimento, e Bessa foi uma escolha do diálogo. Não foi imposto e nem colocado goela abaixo, como houve no passado várias tentativas do governo do Estado”, ressaltou.
O novo vice-presidente Carlinhos Bessa disse que a escolha do seu nome foi feita após conversas com os parlamentares. “A Casa hoje está unida e entende, por meio do consenso, o que é melhor para o fortalecimento do nosso parlamento. Diante da escolha do grupo me sinto muito feliz e honrado, pois isso demonstra que sou um deputado que tenho o carisma de todos, por sempre prezar pela humildade nos relacionamentos com os demais, respeitar os posicionamento e ter a confiança de todos”, ressaltou.
Outro lado
O Portal O Poder entrou em contato via aplicativo de mensagem com as assessorias dos deputados Fausto Júnior e Delegado Péricles para saber qual o motivo que os levaram a desistir de disputar o cargo para vice-presidente da Aleam, mas até a publicação desta edição não obteve resposta.
Augusto Costa e Henderson Martins, para O Poder
Foto: Divulgação