A operação “Ínvio”, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 8, pela Polícia Federal (PF), em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF), mirou a casa do secretário de Infraestrutura do Município de Rio Preto da Eva, Israel Carvalho.
A operação teve o objetivo de desarticular um esquema de desvio de recursos públicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Além do secretário, segundo informações apuradas pelo O Poder, Jean Araújo Felix (MDB-AM), sobrinho de Israel Carvalho, também teria sido alvo da operação.
Investigação
De acordo com a CGU, o trabalho se originou a partir de demanda da Procuradoria da República no Amazonas, no mês de março de 2018, que solicitou uma fiscalização no Convênio nº 848335/2017, firmado entre a Superintendência Regional do Incra e a Prefeitura de Rio Preto da Eva (AM), cujo objeto é a recuperação e pavimentação de estradas vicinais na área dos Projetos de Assentamento.
“Os auditores observaram, durante a fiscalização realizada no exercício de 2018, que dos R$ 17 milhões transferidos para as duas empresas contratadas pelo município, havia um prejuízo potencial de R$ 4,7 milhões decorrentes de serviços não realizados, bem como irregularidades e superfaturamento nas suas contratações”, explicou a controladoria.
Impacto social
Segundo a CGU, o desvio de recursos públicos do convênio para recuperação de estradas vicinais prejudica o escoamento da produção rural, o tráfego de pessoas para acesso ao trabalho, escolas e serviços públicos, além de onerar a municipalidade na gestão de seus recursos.
Diligências
A Operação Ínvio consiste no cumprimento de 7 mandados de busca e apreensão nos municípios de Manaus (AM), Rio Preto da Eva (AM) e Recife (PE). O trabalho conta com a participação de 6 servidores da CGU e de cerca de 30 policiais federais. Os investigados podem responder pelos crimes de fraude à licitação e peculato.
Outro lado
Em nota, a Prefeitura de Rio Preto da Eva esclareceu que a operação denominada “Invio”, realizada pela Polícia Federal teve por objetivo investigar a execução de obras de recuperação dos ramais do Incra, que tiveram início no ano de 2017.
Ainda conforme a nota, o prefeito Anderson Sousa não foi alvo da referida ação. Foram feitas buscas de documentos em empresas que estavam fazendo a obra e secretaria de infraestrutura. Uma delas, segundo a investigação, apresentou irregularidades.
Para finalizar a Prefeitura Municipal manifestou apoio e colaboração com o trabalho da Polícia Federal e se coloca à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários.
Henderson Martins, para O Poder
Com informações da CGU
Foto: CGU