A responsável técnica pelo time de combate à covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS), infectologista Maria Van Kerkhove, esclareceu em uma entrevista especial, que houve um “mal-entendido” sobre a sua declaração em uma coletiva ocorrida na última segunda-feira, 8.
Na ocasião, a infectologista afirmou que a contaminação a partir de pessoas assintomáticas seria “rara”.
“O que fiz referência ontem, durante a coletiva de imprensa, foi a poucos estudos, dois ou três, que foram publicados e tentaram seguir casos assintomáticos. Eu estava apenas respondendo a uma pergunta (feita por jornalistas), não estava declarando qualquer mudança de abordagem da OMS. Nisso, usei a frase ‘muito rara’, mas isso não quer dizer que a transmissão vinda de pessoas assintomáticas seja ‘muito rara’ globalmente”, argumentou.
Após a repercussão da fala, a médica citou que era necessário a realização de uma nova coletiva para explicar as falas feitas.
“O que sabemos sobre transmissão é que (das) pessoas que estão infectadas com covid-19, muitas desenvolvem sintomas. Mas muitas não. A maior parte da transmissão conhecida vem de pessoas que apresentam sintomas do vírus e passam para outras através de gotículas infectadas. Mas há um subgrupo de pessoas que não desenvolvem sintomas. E para entender verdadeiramente esse grupo, não temos uma resposta concreta ainda. Há estimativas de que o número gire entre 6 a 41% da população. Mas sabemos que pessoas que não tem sintomas podem transmitir o vírus”, explicou.
Além disso, Kerkhove ainda reforçou que existem distinções entre “pré-sintomáticos” (indivíduos que foram infectados, mas que ainda estão na fase de incubação do vírus) e “assintomáticos” (indivíduos que, apesar de infectados por um período mais longo de tempo, não desenvolveram nenhum sintoma clássico da doença).
Conteúdo: Agência Brasil
Foto: Divulgação/ OMS