O deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) anunciou nesta terça-feira, 25, no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que fez um Requerimento para a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) pedindo a suspensão das aulas nos municípios do interior, temendo uma possível terceira onda da Covid-19.
“Não podemos contar com a sorte, infelizmente. Estou preocupado com a volta às aulas perto de uma possível terceira onda”, explicou Barreto. “O Amazonas está em alta de casos e isso nos preocupa”, disse.
O parlamentar também citou a vacinação dos professores. Para ele, é preciso que mais professores sejam imunizados, principalmente no interior do Amazonas.
“Segundo estudiosos, um dos gatilhos da segunda onda foi o retorno das aulas. Esse é um apelo que faço. Acho que os próximos 15 dias devem ser de monitoramento, visto que os cientistas sustentam a possibilidade de uma terceira onda”, disse o deputado ao frisar que é necessário que a Seduc monitore e acompanhe os professores durante os dias necessários após a vacina e em casos de covid-19.
O deputado também disse que está preocupado com crianças e adolescentes que podem ser vetores do coronavírus e ressaltou que a variante B.1.617.2, que surgiu na Índia, já chegou ao Pará.
Mais cedo, Wilker Barreto já tinha mostrado preocupação ao sugerir barreiras sanitárias no Amazonas para tentar desacelerar uma possível propagação de novas cepas do coronavírus, e a mais nova identificada na Índia e que já chegou ao Brasil pelo Maranhão.
Aulas híbridas
Conforme informado pela Pasta, as aulas presenciais da rede estadual iniciaram, na última quarta-feira, 19, para 211 mil estudantes em 374 instituições espalhadas em 61 municípios do interior do Amazonas. A capital, Manaus, não tem previsão de retorno.
De forma híbrida, as turmas foram divididas em dois grupos (A eB) que frequentarão a escola em dias alternados. O grupo que ficar em casa acompanhará o “Aulão em Casa” ou dando continuidade às atividades designadas pelas escolas.
As unidades afetadas pelas cheias irão adotar um calendário especial para a volta das atividades. As Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) estão responsáveis pelo repasse dessas informações.
Reunião
Em abril, o secretário de Educação, Luis Fabian Barbosa, participou de uma reunião junto com representantes dos sindicatos dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) e dos Professores e Pedagogos das Escolas Públicas do Ensino Básico de Manaus (Assprom-Sindical), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), da Comissão Estadual de Educação da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e do Ministério Público Estadual (MPE) para tratar sobre o retorno das aulas presenciais da rede estadual e o ensino remoto na rede pública estadual.
“A Secretaria está trabalhando em conjunto com os órgãos de saúde no monitoramento dos casos da doença, para qualquer decisão relacionada ao assunto”, explicou o titular da Seduc.
Já o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), chegou a comentar que os alunos tiveram um prejuízo muito grande nos últimos 12 meses e precisam retomar as aulas. “E tem algumas habilidades, ou pelo menos algumas delas, que não se adquirem, infelizmente, através de aula virtual. Tem que estar presente aqui na escola. E essas aulas voltam com segurança, colocamos álcool em gel, mais pia, e tem a questão do distanciamento social. Além da vacinação dos profissionais da educação”, frisou Wilson Lima na abertura do ano letivo híbrido no último dia 19.
Priscila Rosas, para O Poder
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