A CPI da Pandemia do Senado acaba de ganhar um novo personagem: “Alfredo do Amazonas”. O “misterioso” Alfredo foi citado pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que citou uma suposta compra de vacinas intermediada por uma pessoa chamada “Alfredo do estado do Amazonas”.
Luiz Dominguetti teve o sigilo telefônico investigado em parte de uma conversa pelo WhatsApp com “Aroldo Vacinas Compras”. Na conversa, se fala sobre a liberação de um fundo de quase R$ 160 milhões no Amazonas.
Dominguetti foi ouvido na CPI da Covid no Senado na última quinta-feira, 1º, quando se apresentou como representante da Davati Medical Supply, que afirma ter recebido um pedido de propina por pessoas envolvidas com o governo federal. O dinheiro seria para venda da vacina contra a Covid-19 produzida pela AstraZeneca.
A empresa Davati Medical Supply buscou o Ministério da Saúde para negociar 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca com uma proposta inicial de US$ 3,5 por cada uma – depois disso, passou para US$ 15,5. Segundo ele, o encontro para as negociações ocorreu em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, Região Central da capital federal, em 25 de fevereiro.
Sigilo telefônico
A reportagem exibida no Fantástico desse domingo, 4, revela trechos em que Dominghetti, no dia 26 de fevereiro, respondeu que iria retornar a ligação: “Meu amigo já, já te retorno. Alfredo me passou sobre o Amazonas. Sabe a quantidade?”
E Aroldo responde: “Inicialmente, liberaram um fundo lá de quase R$ 160 milhões”, o artigo obtido não revelou o final da conversa.
Em outro ponto da investigação é comprovado que Dominghetti, ainda por mensagens, também tratava de outras vacinas. No dia 21 de junho ele manda a seguinte mensagem a um contato não identificado: “Senhor Consul boa tarde! Sou Dominghetti. Referente a vacina Sputnik, Renato me passou o contato do senhor”.
O conteúdo das mensagens de Dominghetti podem envolver novos personagens importantes que deverão ser investigados pela CPI da Pandemia. Entre eles, um homem identificado coronel Guerra.
Irresponsabilidade
Ao ser questionado pela reportagem sobre quem seria o misterioso “Alfredo do Amazonas” o presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD), preferiu ser diplomático e afirmou que seria uma irresponsabilidade falar quem é.
“Não! Eu nem sei quem é esse Alfredo. Seria muita irresponsabilidade minha falar quem é esse Alfredo”, enfatizou.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Divulgação
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins