O deputado estadual Álvaro Campelo (PP) apresentou, na manhã desta terça-feira, 13, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), um requerimento de indicação ao governo do Estado propondo reajuste salarial e redução da carga horária de trabalho dos enfermeiros do Amazonas.
A indicação, que deve beneficiar mais de 53 mil enfermeiros, foi apresentada durante o pequeno expediente na Aleam. O deputado afirmou, ainda, que vai apresentar Projeto de Lei que obriga a criação da “sala do conforto”, um local de descanso apropriado para os profissionais de saúde.
“Estou preparando uma indicação para o piso salarial desses enfermeiros de qual modo que a carga horária que é hoje de 40 horas seja reduzida para 30 horas. Essa carga horária de 40 horas é desumana. Como uma pessoa que enfrenta uma carga de 40 horas vai dar um atendimento de qualidade? Estou preparando essas duas indicações e espero que o governo do Amazonas possa analisar e efetivar tanto o piso salarial da classe quanto à redução da carga horária”, afirmou.
Álvaro Campelo adiantou que está elaborando um Projeto de Lei que obriga os estabelecimentos da área de saúde a terem a “sala de conforto”, para descanso dos enfermeiros.
“Estou apresentando um projeto de lei que cria e obriga os estabelecimentos privados e públicos a terem uma “sala de conforto”. Hoje muitos enfermeiros estão descansando em salas improvisadas ou em colchonetes colocados no chão e não tem o mínimo de conforto e dignidade para continuarem o seu trabalho”, criticou.
Agravamento na pandemia
Em relação às doenças emocionais, o parlamentar afirmou que atualmente o Amazonas tem 53 mil enfermeiros e, deste total, 85% são mulheres que estão passando por problemas causados pela pandemia, como síndrome do pânico e depressão.
“Atualmente temos mais de 3 mil enfermeiros que estão afastados do seu trabalho e muitos deles estão com síndrome do pânico, em depressão e, infelizmente, tivemos o registro de um profissional que tirou a própria vida”, lamentou.
O deputado assegurou que a pandemia da Covid-19 agravou ainda mais o quadro emocional dos profissionais de saúde que estão na linha de frente lidando todos os dias com o sofrimento das pessoas.
“Estavam diariamente vendo a morte de pessoas que infelizmente não tiveram o tratamento condizente para salvar as suas vidas. Estou lutando para que esses enfermeiros não sejam apenas números, mas que sejam reconhecidos e garantido direitos para que eles possam continuar essa luta de salvar vidas”, ressaltou.
Apoio
Para o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM), Sandro André, esse processo é de relevância para a categoria. “Esta é uma das pautas que lutamos há anos. Existe esta possibilidade de regionalização da matéria, por isso estamos buscando apoio do parlamento estadual para que nossos profissionais tenham o mínimo de dignidade e mais melhorias nas condições de trabalho sejam garantidas para a enfermagem”, ressaltou.
O Portal O Poder entrou em contato via e-mail com a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.
Augusto Costa, para O Poder
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