Depois de quase oito meses parado na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o processo por quebra de decoro e perda do mandato da deputada Joana Darc (PL) começa a tramitar. A corregedora da Aleam, deputada Therezinha Ruiz (PSDB) acatou o pedido dos deputados Wilker Barreto e Dermilson Chagas, ambos do Podemos, e o parecer foi enviado ao presidente da Casa, Roberto Cidade (PV), que encaminhou a matéria para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para avaliação de admissibilidade.
Joana Darc está sendo notificada por acusar 16 deputados de terem vendido seus votos por R$ 200 mil para eleger o presidente Roberto Cidade em dezembro de 2020.
Mesmo pedindo desculpas aos deputados no plenário na sua volta aos trabalhos na Aleam, depois de 120 dias de licença-maternidade, Joana Darc não foi “perdoada” pelos colegas.
O deputado Wilker Barreto cobrou na última terça-feira, 31, na tribuna da Aleam que o processo contra Joana Darc tramitasse e que um simples pedido de desculpa não apaga a exposição na mídia nacional das declarações da deputada.
“O pedido de desculpas da deputada Joana Darc não tem a mesma proporção da denúncia. Foram 30 segundos no Jornal Nacional. A minha questão de ordem, como autor da denúncia, é que a Mesa Diretora possa determinar que o processo seja concluído, para que possamos dar uma resposta à sociedade”, afirmou.
Dermilson Chagas confirmou que a matéria já se encontra na CCJ para avaliação de admissibilidade e que o relator será o deputado Delegado Péricles e que depois o processo retorna para a Comissão de Ética.
Fontes dos bastidores da Aleam confirmaram ao Portal O Poder que as declarações da deputada Joana Darc acusando os deputados de compra de votos “não foi digerida” pelos parlamentares e que a vontade da maioria dos deputados é que ela seja punida, o que, nas últimas consequências, pode ser a perda do mandato.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins