Representantes dos feirantes de Manaus pediram um Auxílio Emergencial para ajudar a categoria na crise causada pelos casos de Rabdomiólise, conhecida como “Doença da Urina Preta”, no Amazonas. A solicitação foi feita durante a Tribuna Popular sobre a Crise dos Feirantes, da Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta quarta-feira, 29.
“A população, além de comprar carne e frango com preços mais caros, deixou de consumir o alimento que julgávamos ser o mais saudável: o peixe. Tudo por falta de informações precisas de técnicos e cientistas”, observou o presidente do Sindicato dos Feirantes de Manaus, Davi Lima da Silva.
De acordo com o dirigente, além dos feirantes, os psicultores, pescadores, armadores de pesca, despachantes e todos que trabalham na área enfrentam dificuldades desde que os primeiros casos da “Doença da Urina Preta” foram divulgados.
O presidente pediu ajuda dos vereadores, visto que eles já sofreram com os efeitos resultantes do fechamento dos estabelecimentos comerciais durante as duas ondas da Covid-19 e enfrentaram outra crise com a cheia deste ano.
A Tribuna Popular foi proposta pela vereadora Yomara Lins (PRTB), subscrita por Caio André (PSC). A parlamentar informou que fez uma Indicação para a Prefeitura de Manaus com os pedidos dos feirantes e Caio André fez a mesma documentação para o governo do Estado.
Além dos vereadores, do Sindicato dos Feirantes de Manaus e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estavam presentes representantes de secretarias municipais.
‘Conhecimento é poder’
O representante jurídico dos feirantes, o advogado Tiago João Sales Botelho, comentou que a situação dos feirantes é subjulgada e subnotificada, além de ser um caso de saúde pública. Para Botelho, investir em conhecimento é primordial para evitar outros transtornos.
Outro ponto diz respeito à compra de alimento dos vendedores por parte do Poder Público, por meio de Termo de Cooperação Técnica, e distribuição para orfanatos e asilos, pois a contaminação é mínima.
“Acredito que está tendo um desperdício. Toneladas de peixes estão virando adubo, o que é inadmissível em um país com taxa de desemprego alta. Mas sem conscientização não adianta, por isso, é preciso divulgar informações amplamente”, aconselhou o advogado.
Botelho também pediu um Auxílio Emergencial porque existe uma cadeia de prejuízos que envolve outros Estados fornecedores de ração. “As atividades indiretas estão sendo afetadas”, disse o advogado ao afirmar que entrará com medidas judiciais cabíveis.
O pesquisador da Embrapa, Roger Crecêneo, frisou que a doença afeta três peixes em um universo de 3 mil e que a maior parte dos casos concentra-se em uma região do Amazonas, que é um Estado continental.
Priscila Rosas, para O Poder
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Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins