As autoridades de saúde da Holanda disseram que 61 pessoas que chegaram ao país em dois voos vindos da África do Sul, na sexta-feira , 26, testaram positivo para a Covid-19.
Não há até a última atualização desta reportagem, informações sobre qual é a variante do coronavírus encontrada nestes infectados.
Todos os passageiros infectados estão isolados, e vão passar por testes neste sábado, 27, para descobrir se a recém-descoberta variante do coronavírus, a ômicron, pode estar circulando entre eles.
Ainda na sexta-feira, viajantes enfrentaram longas horas de espera e testes por conta da nova mutação do vírus, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ‘variante de preocupação’.
“Estamos pesquisando se alguns dos casos são da nova variante de preocupação, a ômicron”, disse a autoridade sanitária do país em um comunicado. “Esperamos ter os resultados o mais breve possível.”
Já na Alemanha, autoridades regionais afirmaram que um caso suspeito da ômicron é avaliado pelos profissionais de saúde.
“Parece muito possível que a variante omicron tenha chegado à Alemanha”, disse Kai Klose, ministro para Assuntos Sociais na região de Hesse, em uma rede social.
A infecção estaria ligada à uma pessoa que retornou da África do Sul, e foi colocada em isolamento logo após o diagnóstico positivo para a doença..
Voos suspensos na Holanda
O governo holandês proibiu todas as viagens aéreas do sul da África na manhã de sexta-feira. No entanto, dois voos da KLM, com cerca de 600 passageiros, chegaram a desembarcar em Amsterdã.
O ministro da Saúde, Hugo de Jonge, determinou que os passageiros que já estavam a caminho da Holanda fossem submetidos a testes e quarentena na chegada ao país.
Centenas de passageiros, que vinham da Cidade do Cabo e de Joanesburgo, reclamaram nas redes sociais das “horas de espera” na pista.
Uma repórter do jornal americano “The New York Times”, Stephanie Nolen, estava em um dos voos e chegou a narrar o cenário de confusão.
“Muitos aplausos porque chegou um ônibus que vai nos levar… para algum lugar”, escreveu a jornalista.
Nolen, que afirmou ter testado negativo para o vírus, contou que o ônibus chegou em uma área de testes “com uma fila enorme”.
“Posso ver testadores de Covid com roupa azul brilhante bem à frente”, narrou. “Ainda sem lanchinhos para os bebês que estão chorando.”
Um porta-voz das autoridades de saúde em Kennemerland – região responsável pelo aeroporto Schiphol, – disse que os casos positivos são acompanhados pelo hospital universitário.
Novo surto na Europa
A variante ômicron foi detectada no momento em que muitos países europeus estão lutando contra um aumento nos casos de coronavírus.
O governo holandês anunciou o fechamento de bares, restaurantes e lojas no período noturno, enquanto tenta conter uma onda recorde de casos de Covid.
As novas infecções, que atingem principalmente a parcela da população não vacinada, estão sobrecarregando o sistema de saúde holandês.
1º caso na Bélgica, fechamento de fronteiras
Na sexta, a Bélgica detectou um caso de infecção por Covid-19 ligado à variante ômicron do coronavírus. Foi a primeira vez que a nova varianre foi identificada da Europa.
A variante preocupa pois tem 50 mutações — algo nunca visto antes —, sendo mais de 30 na proteína S (spike) – a “chave” que o vírus usa para se acoplar às células, alvo da maioria das vacinas disponíveis.
Na quinta-feira (25), o Reino Unido restringiu viagens à África do Sul e mais cinco países do continente. Ea Comissão Europeia propôs a suspensão dos voos do sul da África para a União Europeia.
A Alemanha anunciou que não aceitará a entrada de viajantes procedentes da África do Sul e a Itália informou a proibição de entrada em seu território de qualquer pessoa que esteve em 7 nações do sul da África nos últimos 14 dias.
Situação no Brasil
Não há, até a última atualização desta reportagem, casos da nova variante ômicron da Covid-19 registrados no Brasil.
O governo federal anunciou que, a partir de segunda-feira, 29, vai restringir viajantes oriundos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Nambia e Zimbábue.
O anúncio acompanha uma recomendação feita, anteriormente, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Conteúdo: G1
Foto: Redes sociais/via Reuters