O clima tenso e de intimidação típico das eleições municipais no interior do Amazonas já começou. Nesta segunda-feira, 17, uma equipe de pesquisa eleitoral do Instituto Projeta, que fazia uma enquete no município do Careiro da Várzea, na região metropolitana de Manaus, foi coagida pelo delegado da cidade e ameaçada de detenção, simplesmente pelo fato de o nome do prefeito Ramiro Gonçalves (MDB), candidato à reeleição, não aparecer nas pesquisas eleitorais.
A denúncia foi feita nesta terça-feira, 18, durante sessão híbrida da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), pelo deputado Saullo Vianna (PTB) que prometeu acionar a corregedoria da Polícia Civil para apurar o caso.
De acordo com Saullo, ontem alguns amigos da cidade do Careiro da Várzea ligaram denunciando que durante a pesquisa, a secretária da Defesa Civil do município, chamada Simone Santos, foi na delegacia e registrou um Boletim de Ocorrência dizendo que estava acontecendo uma pesquisa eleitoral que não citava o nome do prefeito.
“Não contente com isso, o delegado a paisana foi até os pesquisadores que estavam trabalhando, ofereceram a eles uma carona e os levaram para a delegacia para prestar esclarecimentos porque eles estavam fazendo uma pesquisa onde não citava o nome do prefeito. É absurdo o que está acontecendo no interior por esses prefeitos que se acham o dono do município. Os pesquisadores foram questionados e seriam encaminhados a juíza para serem detidos”, denunciou.
Na avaliação do deputado, o prefeito Ramiro Carvalho usou a secretária de Defesa Civil, para constranger os pesquisadores .
“O prefeito se sentiu prejudicado e usou a secretária, que mandou o advogado Mário José Chagas Júnior, dizendo que era da prefeitura para questionar os pesquisadores e dizer que eles iriam até a juíza para serem detidos e que eles saíssem do município do Careiro da Várzea. Vou agora mesmo entrar em contato com a Delegacia Geral e acionar a corregedoria da Polícia Civil para que esse delegado responda. Ele usou o carro do Estado, gasolina do Estado para beneficiar ou cumprir uma determinação do prefeito e delegado não é funcionário da prefeitura, ele é servidor do Estado”, disse.
O Portal O Poder tentou entrar em contato por intermédio de ligações telefônicas com o prefeito Ramiro Gonçalves para repercutir os fatos, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
Augusto Costa, para O Poder
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