Roraima – Após várias negociações, os índios da etnia Waimiri-Atroari entraram em acordo e aceitaram a proposta do Governo Federal para a passagem do Linhão de Tucuruí pela Terra Indígena, localizada às margens da BR-174, em Roraima.
“Após dois dias de reuniões realizadas na data de ontem, hoje as lideranças de todas as aldeias Waimiri-Atroari, aproximadamente 450 indígenas, decidiram por dar o seu aceite a contraproposta que foi dada pela TNE (Transporte Energia) e pelo governo federal nos últimos meses”, informa em vídeo o advogado da associação dos indígenas Harilson Araújo.
Nessa terça-feira, 3, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro assinou o termo de repasse no valor de R$ 133 milhões, como forma de compensação ambiental para a construção do Linhão.
No entanto, o advogado contesta e afirma que esse valor não corresponde ao aceito pelos indígenas para a passagem do Linhão. Todavia, não revela a quantia que teria sido acordada.
“Valores estão sendo divulgados pela imprensa e também pelo governo do Estado de Roraima não condizem com os valores que foram apresentados nessa contraproposta trazida aos Waimiri-Atroari pela TNE e pelo governo Federal”, garante.
Segundo nota divulgada pelo governo de Roraima, do total dos R$ 133 milhões, o Governo Federal repassará R$ 90 milhões e o consórcio de empresas que vai executar a obra, R$ 43 milhões.
A obra está orçada em mais de R$ 1,5 bilhão e vai integrar Roraima ao resto do país pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
“Os próximos passos então serão a redução a termo de compromissos que devem ser cumpridos com base na proposta que foi apresentada pela TNE e pelo Governo Federal. E também compromisso de cumprimento da integralidade das condicionantes apresentadas no plano básico ambiental”, acrescenta o advogado.
Anderson Soares, para O Poder
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