Roraima – Após matéria do O Poder sobre deputados de Roraima investigados e cassados por compra de votos que pretendem se reeleger, o partido Rede Sustentabilidade entrou com uma ação pedindo a impugnação da candidatura de Renan Filho (Solidariedade).
Conforme o documento que a reportagem teve acesso, a sigla alega que a homologação da candidatura de Renan não seja efetivada de forma indevida e que os requisitos necessários sejam revistos para que o parlamentar possa disputar o pleito deste ano.
Na ação, a sigla alega que o deputado não atende os requisitos obrigatórios para concorrer à reeleição e cita ação judicial por abuso de poder econômico.
“Realizando um comparativo dos requisitos e dos impeditivos estabelecidos pela lei, verifica-se que o cenário apresentado pelo demandado é incompatível aos olhos da norma jurídica eleitoral”, destaca trecho da ação.
‘Acredita na Justiça’
Por meio de nota, a assessoria do deputado afirmou que a impugnação apresentada pelo Rede Sustentabilidade é mera irresignação que não supera o atual entendimento do Tribunal Superior Eleitoral e do próprio Supremo Tribunal Federal.
“Não há inelegibilidade vigente em face de Renan Filho, tanto o é que assim constou no relatório juntado ao registro pela própria Justiça Eleitoral. Desasa forma , será apresentada a defesa no prazo legal”.
Ao O Poder, o deputado afirmou que segue acreditando na Justiça e aguarda decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Estou tranquilo, acredito na Justiça e estou aguardando decisão do TSE”, disse.
Cassado
Renan foi cassado, no dia de dezembro de 2019, pelo TRE por compra de votos no pleito de 2018, recorreu da decisão, mas no dia 18 de fevereiro de 2020, o colegiado manteve a decisão.
Em sessão plenária, os desembargadores Jefferson Fernandes e Jesus Rodrigues e os juízes Alexandre Magno, Felipe Bouzada, Francisco Guimarães, Graciete Sotto Mayor e Rozane Ignácio, decidiram, por unanimidade, pela cassação do mandato.
‘Escuridão’
Em novembro de 2018, a Polícia Federal deflagrou a operação Escuridão, que investigava desvio de recursos públicos do sistema penitenciário de Roraima em contratos fraudulentos que somam R$ 70 milhões.
Foram presos pela PF Guilherme Campos, filho da então governadora Suely Campos (PP), dois ex-secretários de Justiça e Cidadania, Josué Filho e Ronan Marinho e o dono da empresa Qualigourmet, João Kleber Martins.
Renan se entregou à Polícia Federal após ser considerado foragido. Conforme a PF à época, o esquema de desvio de dinheiro aconteceu entre 2015 e 2017. A fraude foi descoberta após um inquérito, instaurado em 2017, apurar irregularidades em contratos de fornecimento de alimentação para presídios em Roraima.
Da redação O Poder
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