Em reunião com o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes (ABIR), Alexandre Horta e com o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), o deputado federal delegado Pablo (PSL) alertou sobre os riscos que corre o Polo de Concentrados da Zona Franca de Manaus (ZFM), com o término da validade do decreto presidencial, que fixou em 8% a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para as empresas de refrigerantes com sede fora do Amazonas. O prazo expira dia 30 de novembro.
A partir de 1º de dezembro, o IPI volta para 4%, o que pode causar o fechamento de fábricas de concentrados instaladas em Manaus, como a Coca-Cola/Recofarma e Ambev.
No Amazonas, as fábricas de refrigerantes são isentas do IPI graças aos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus. Porém, se o imposto cair para apenas 4%, as fábricas em outros Estados terão mais vantagens na produção, distribuição e comercialização das bebidas.
Pablo e o diretor da ABIR explicaram ao vice-presidente os riscos que a redução do IPI pode trazer para o Amazonas, gerando uma onda de demissões que afetará a economia do Estado.
Segundo o deputado, empresas como Coca-Cola/Recofarma geram milhares de empregos na capital e interior. “Além do setor industrial, a Recofarma incentiva a agricultura em Pres. Figueiredo, comprando açúcar que depois é transformado no xarope da Coca-Cola”, explicou Pablo.
Produção semelhante acontece em Maués, onde a Ambev compra toneladas de guaraná dos produtores rurais, transformando a fruta em refrigerante e concentrados.
Pablo lembrou ao vice-presidente que até 2017 o IPI das empresas de refrigerantes fora do Amazonas era de 20%, o que garantia a competitividade com as fábricas instaladas na ZFM.
Mas desde 2018, o IPI foi sendo reduzido gradativamente até chegar a 4%, o que torna inviável a produção de concentrados em Manaus.
Importância do Polo de Concentrados
O diretor executivo da ABIR mostrou dados que revelam a importância do polo de refrigerantes para a ZFM e para a economia do Amazonas. Segundo Alexandre Horta, a Coca-Cola/Recofarma já foi a maior exportadora do Polo Industrial de Manaus, superando outras gigantes mundiais como Samsung e Honda. “A Coca-Cola está na ZFM desde 1966 e se tornou a terceira maior fabricante de concentrados do mundo”, explicou.
A mudança na alíquota do IPI para as empresas de refrigerantes deve mobilizar o Congresso Nacional a partir da próxima semana, com deputados e senadores defendendo as indústrias de seus Estados.
O resultado final sobre o IPI será anunciado no final de novembro, quando termina a validade do decreto presidencial.
Da Redação O Poder
Com informações da assessoria de imprensa
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