O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quarta-feira, 18, com representantes de dez centrais sindicais no Palácio do Planalto, em Brasília.
No encontro, o presidente falou sobre o ataque aos Três Poderes por criminosos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no domingo, 8.
Lula disse que Bolsonaro tem responsabilidade nos ataques, mesmo que não tenha ordenado os atos.
“O que houve aqui foi uma tentativa de golpe por gente preparada”, afirmou Lula.
“Não sei se o ex-presidente mandou, mas sei que ele tem culpa pois passou 4 anos instigando o povo a ter ódio, mentindo para sociedade brasileira e que o povo tinha que estar armado para poder garantir a democracia”.
Reunião com representantes sindicais
O encontro trouxe nomes como os ministros Luiz Marinho, do Trabalho, e Rui Costa, da Casa Civil, além de sindicalistas e petistas. A expetativa era de que Lula assinasse uma portaria de abertura de uma mesa de negociação com os sindicatos.
Lula propôs a criação de uma comissão de negociação com os sindicatos, com o governo e empresários, “pra gente acabar com essa história de que o trabalhador que trabalha em aplicativo é um microempreendedor“, disse o presidente, reforçando que uma democracia “precisa de um sindicato forte”.
“Ele [trabalhador] não é [microempreendedor], e ele percebe isso quando ele se machuca, quando fica doente, quando quebra a moto, o carro, ele percebe que não tem nenhum sistema que garanta ele num momento de infortúnio”, discursou Lula.
O presidente também falou sobre reaproximar trabalhadores com os sindicatos.
“É preciso que vocês trabalhadores compreendam que nós precisamos voltar para dentro da fábrica, para o local de trabalho, para dentro dos bancos, para que o povo sinta nas sindicais o seus verdadeiros representantes”, completou Lula.
Uma das pautas em discussão no encontrou foi o aumento do salário mínimo acima da inflação.
Promessa de campanha, o aumento sancionado pelo Congresso na terça-feira, 17, prevê R$ 1.320 em 2023, aumento de 9% em relação ao ano anterior e de 2,81% em relação ao aumento real.
O impacto nos cofres públicos será de R$ 7,5 bilhões.
Antes da cerimônia no Planalto, Lula se reuniu com os representantes das centrais sindicais, que querem um aumento de R$ 22 a mais do que o proposto pelo presidente, levando o mínimo a R$ 1.342.
Lula afirmou, segundo informações apuradas pelo analista da CNN Gustavo Uribe, que um aumento de R$ 22 “é impossível”, mas que é comum nas negociações sindicais que um valor alto seja sugerido até que se chegue a um “meio termo”.
O ministro da Fazenda Fernando Haddad se posicionou contra o aumento proposto pelas centrais sindicais, que trariam um impacto de R$ 17 bilhões nas contas públicas.
Da Redação com informações de CNN Brasil
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