setembro 22, 2024 07:45

RR: ‘Quase perde o útero’, diz jornalista ao denunciar violência no parto da esposa em ‘Maternidade de Lona’

Roraima – No dia 7 de março, o que deveria ter sido um momento de felicidade para um jovem casal que veria pela primeira vez o rosto da filha, foi marcado por um atendimento grosseiro e desumano no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Nazaré, que há mais de três anos funciona em uma estrutura de lona completamente improvisada.

Os relatos de mais um caso dramático e de descaso são do jornalista Felipe Medeiros, que acompanhava a esposa na única maternidade pública de Roraima.

No último sábado, dia 8, o jornalista compartilhou o caso em um post emocionante nas redes sociais. O jornalista conta que a filha está bem, que nasceu saudável, mas que ele e a esposa, Natália Fuhrmann, de apenas 23 anos, precisaram se isolar ‘em um processo de cura’.

“Nossa filha está bem! Nasceu super saudável na tarde do dia 7 de março, um parto normal. Hoje, completou um mês nos fazendo muito feliz. Apesar de tanto amor em apenas 50 centímetros, ficamos reclusos nos últimos 30 dias em um processo de cura”, inicia.

Em outro trecho da publicação, ele relata que a esposa foi vítima de violência obstétrica, que teve hemorragia e que toda a unidade de saúde ficou sabendo do caso grave. Além disso, o jornalista apontou falta de respeito e empatia dos médicos da maternidade.

“Natália foi vítima de violência obstétrica ao tentarem tirar sua placenta. Teve hemorragia, foi parar no centro cirúrgico e precisou de 4 bolsas de sangue e duas de plasma. A maternidade inteira soube dessa situação assustadora. Por muito pouco não aconteceu o pior. Tudo por falta de coordenação da equipe, comunicação adequada, respeito e empetaia de médicos na única maternidade de Roraima”, escreveu.

O jornalista disse que a esposa chegou, diante da gravidade, a ter um encaminhamento para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Roraima (que também acumula denúncias de descaso).

“O útero inverteu após uma tentativa agressiva, desumana e, repito, sem comunicação do procedimento que estava sendo feito por três médicos ultrapassados, grosseiros e arrogantes (de médicos, são poucos ali que não são, os enfermeiros e técnicos carregam a unidade). Por pouco ela não perdeu o útero aos 23 anos”, desabafou.

Morte de bebês 

Apenas nos primeiros 37 dias deste ano, a maternidade de lona registrou  28 mortes de bebês, o número é superior ao registrado em todo o ano passado, quando foram 20 mortes.

Silêncio 

A reportagem entrou em contato com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Comunicação, para questionar sobre o caso, mas não obteve respostas até a publicação da matéria.

 

Foto: Montagem

 

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